O escritor Dalton Trevisan morreu na segunda-feira (9), aos 99 anos. Trevisan, considerado um dos maiores contistas do Brasil, não teve a causa da morte divulgada pela família nem pela Secretaria de Cultura do Paraná. O velório será aberto ao público, atendendo a um desejo do escritor.
“Todo vampiro é imortal. Ou, ao menos, seu legado é. Dalton Trevisan faleceu hoje, 09 de dezembro de 2024, aos 99 anos”, informou o post da família, em referência ao seu apelido de “O Vampiro de Curitiba” (1965).
Nascido em Curitiba, em 14 de junho de 1925, Dalton Trevisan ganhou destaque nacional com “Novelas nada exemplares” (1959), com o qual venceu o prêmio Jabuti. Mestre na observação do cotidiano e das pessoas comuns, o escritor imprimiu sua marca no mundo literário na narrativa breve, no uso de uma linguagem enxuta, seca e na argúcia com que desvelava dramas & tragédias de seus personagens.
Trevisan, o contista de Curitiba
Trevisan fez de sua Curitiba natal o cenário de diversos volumes de contos, como “Cemitério de Elefantes”, (1964), “O Vampiro de Curitiba” (1965), “A Guerra Conjugal” (1969), “Crimes da Paixão” (1978) e “Lincha Tarado” (1980). Escritor prolífico, publicou mais de 50 coletâneas de contos. Sua única incursão na narrativa mais longa é o romance “A Polaquinha” (1986).
O epíteto de “Vampiro de Curitiba” se deveu não apenas ao título de seu livro, mas à vida reclusa, avessa ao meio literário e aos contatos com a imprensa — a última entrevista que Trevisan concedeu foi em 1972. O escritor nunca compareceu aos prêmios literários que conquistou.
Foram quatro Jabutis, o prêmio Portugal Telecom e um APCA. Eleito por unanimidade vencedor do Prémio Camões de 2012, não foi sequer encontrado para ser comunicado da homenagem. No mesmo ano, também recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
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