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‘Vieram até mim com barra de ferro’, diz motorista de ônibus atacado em emboscada pela Mancha

Ao Fantástico, condutores que levavam torcida Máfia Azul, do Cruzeiro, relataram momentos de terror em emboscada que terminou com um morto e 20 feridos
04/11/2024 | 12h45

(Folhapress) — Fabrício Ribeiro, empresário do ramo de transporte e motorista, relatou ao Fantástico, da TV Globo, os momentos de terror que presenciou durante a emboscada de membros da Mancha Alviverde (torcida do Palmeiras) contra a Máfia Azul (do Cruzeiro), em Mairiporã (SP), no último dia 27.

Ribeiro é um dos sócios da empresa que alugou os ônibus para a Máfia Azul. Ele estava no ônibus que não chegou a pegar fogo, mas que foi atingido por rojões e depredado.

“Eles quebraram o para-brisa, quebraram a janela do ônibus, na lateral ali”, disse. “A gente via pessoas vindo correndo, em [nossa] direção. Imaginava que poderia ser briga de torcida, mas a gente queria sair, sair com vida ali do local”, continuou.

“Eu passei, o outro ônibus já estava com início de fogo. Você vê, não poder fazer nada, né? A sensação de impotência é grande”, frisou.

Outro ônibus da empresa era conduzido por Lucas Souza de Paula.

Ele descreve como foi o ataque de cerca de 150 torcedores ligados à Mancha e conta que viu quatro carros parados. “Na hora que eu vi já achei algo estranho”, relatou sobre os minutos antes de o ônibus que conduzia ser atacado e incendiado. “Eu estava desesperado porque eu não conseguia ver mais, porque o fogo tomou uma proporção [grande] assim em segundos”, acrescentou.

De Paula diz que só não foi agredido com uma barra de ferro porque o identificaram como motorista.
“Os torcedores vieram em mim com barra de ferro para bater. Abri, mostrei o meu uniforme, mandaram encostar. Falaram: no motorista a gente não quer bater”, lembrou.

A emboscada

Momento da emboscada do Mancha Verde ao ônibus da Máfia Azul (Foto: Reprodução)

O ataque a dois ônibus onde estavam torcedores da Máfia Azul deixou um morto e cerca de 20 feridos. A vítima, o motoboy José Victor Miranda, foi espancada e sofreu queimaduras pelo corpo, conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Uma semana depois, apenas um suspeito de envolvimento no caso foi preso — outros seis estão foragidos. Ele foi localizado em uma residência na Freguesia do Ó, na zona norte da capital paulista. No local também foi apreendida uma barra de ferro.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que o suspeito detido na sexta foi indiciado pelos crimes de homicídio, lesão corporal, dano, tumulto e associação criminosa. Ele foi conduzido à carceragem do 8º Distrito Policial, onde permanece detido à disposição da Justiça.

“As investigações prosseguem, sob sigilo, pela 6ª Deatur/Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), que realiza diligências para a localização dos outros envolvidos e cumprimento dos respectivos mandados de prisão”, afirmou.

Entre os seis integrantes da organizada que têm mandados de prisão expedidos e são considerados foragidos está o presidente Jorge Luis Sampaio e o vice-presidente, Felipe Mattos dos Santos.

 

SAIBA MAIS:

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