O Ministério Público de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Civil cumprem, na manhã de terça-feira (4), mandados de busca e apreensão contra um o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, de classe especial, o mais alto nível hierárquico da Polícia Civil. A operação faz parte das investigações que apuram esquemas de corrupção citados pelo delator do PCC Vinícius Gritzbach.
Gritzbach foi assassinado a tiros em 8 de novembro de 2024, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele era jurado de morte pelo PCC.

Vinicius Gritzbach, morto a tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no início de novembro
O delegado Alberto, alvo da operação desta terça, ocupou postos de destaque no Deic, o Departamento Estadual de Investigações Criminais, e no Denarc, o Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes.
Investigações do MP e da Corregedoria
O nome do delegado foi encontrado durante análise do telefone celular do investigador Eduardo Lopes Monteiro, um dos quatro policiais civis presos pela Polícia Federal em dezembro do ano passado por suspeita de extorquir dinheiro e bens de Gritzbach. Segundo a PF, Alberto Pereira Matheus Jr. faz pedidos constantes de dinheiro a Eduardo Monteiro. Os pagamentos foram feitos, via Pix, nas contas da mulher e do filho do delegado.
A PF e o MP suspeitam que Eduardo Monteiro fazia pagamentos periódicos a Alberto Pereira Matheus Jr. como uma espécie de “pedágio” pelo cargo que ocupava. O dinheiro seria oriundo de arrecadação de valores obtidos por atos de corrupção policial.
Delegado Alberto
Os investigadores não conseguiram recolher o celular do delegado, item chave em qualquer apuração criminal. Alberto Pereira Matheus Jr. disse aos policiais que perdeu o telefone justamente na segunda (3). Alberto Pereira Matheus foi chefe do delegado Fabio Baena e do investigador Eduardo Monteiro, citados diretamente na delação do Gritzbach.