Por Francisco Lima Neto
(Folhapress) – Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocuparam, na manhã desta sexta-feira (13), o canteiro de obras para a construção de um jardim sob o elevado João Goulart, o Minhocão, na avenida Amaral Gurgel, no centro de São Paulo.
O MTST chegou ao local com cartazes e palavras de ordem contra a gestão Ricardo Nunes (MDB) às 9h e ocupou a área em que os funcionários faziam um buraco no canteiro central da avenida Amaral Gurgel para instalação de floreiras.
Enquanto isso, funcionários da obra cruzaram os braços e ficaram próximos aos caminhões com os materiais. Os manifestantes reclamam de uma suposta expulsão das pessoas em situação de rua que ocupavam aquele espaço, principalmente à noite, quando montavam barracas.
Questionada, a prefeitura de São Paulo afirmou que a revitalização de espaços públicos é um ato contínuo da administração e que a requalificação daquela área é uma demanda da população.
“A gestão reitera que tem ampliado as ciclovias na cidade e a que está localizada sob o Minhocão será mantida. Sobre a questão dos moradores de rua, a Prefeitura reitera que tem a maior rede socioassistencial do país, com 29 mil vagas para pessoas em situação de rua”, afirmou.
O governo do estado foi procurado, mas não houve resposta até a publicação deste texto.
Depois de abrir um bolsão de vagas para estacionamento sob o viaduto a gestão Nunes iniciou no sábado (7) obras para a construção de jardins de chuva na área sob o viaduto, o que também será feito no trecho já com os espaços para carros.
Incluídas no que a prefeitura chama de segunda fase de requalificação da rua Amaral Gurgel sob o elevado, as obras devem abranger quatro quarteirões, entre as ruas Cunha Horta e Jaguaribe, e preveem um bolsão para taxistas, ponto de aluguel de bicicletas e trepadeiras instaladas nos pilares do Minhocão, junto dos jardins de chuva.

Manifestantes do MTST no minhocão, reclamando de uma suposta expulsão das pessoas em situação de rua que ocupavam aquele espaço (Foto: Reprodução)
Opiniões dos manifestantes do MTST
“Florido por cima, desumano por baixo” e “Não é revitalização, é higienização” são algumas frases dos cartazes empunhados pelos manifestantes.
“A gestão Nunes planta flores e arranca gente. Primeiro o vice-prefeito fez estacionamento para ferro-velho e agora o Nunes arranca gente”, gritam os manifestantes.
“Estamos denunciando a entrega da cidade à especulação mobiliária e a violência com que é feita a expulsão das pessoas que aqui estavam e o problema foi espalhado pela cidade sem uma política de moradia”, afirma Beatriz Nowicki, coordenadora estadual do MTST.
“A gente quer chamar a atenção do prefeito para esse problema e somar força com outros movimentos que são contra esse processo”, reforçou.
O grupo ainda acusa o prefeito e a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) de supostamente usarem a Polícia Militar para expulsar as pessoas em situação de rua e os frequentadores da cracolândia.
Os manifestantes do MTST deixaram o local por volta das 11h e os funcionários voltaram a trabalhar.
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