Por André Richter – Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a acareação entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, e o general Braga Netto para a próxima terça-feira (24).
A defesa do general pediu o adiamento da audiência para sexta-feira (27) em função de uma viagem internacional marcada anteriormente pelo advogado principal do processo, José Luis de Oliveira Lima.
O ministro entendeu que Braga Netto é acompanhado uma banca composta por seis advogados, e que outros representantes dele também podem participar da acareação.
“Verifico, portanto, que o réu Braga Netto está devidamente assistido por seis advogados, sendo que os demais patronos, inclusive, participaram de várias audiências em que foram realizadas oitivas de testemunhas de acusação e defesa”, afirmou o ministro.

Ministro Alexandre de Moraes negou pedido de adiamento de acareação entre Braga Netto e Mauro Cid (Foto: STF)
Acareação visa esclarecer divergências sobre plano Punhal Verde e Amarelo
De acordo com os advogados do general, a acareação é necessária diante de divergências nos interrogatórios de Braga Netto e de Cid, ambos são réus na ação penal da trama golpista.
A defesa sustenta que são necessários esclarecimentos sobre as acusações de que Braga Netto discutiu o plano Punhal Verde e Amarelo, planejamento golpista para matar autoridades, e que teria entregue a Cid dinheiro em uma sacola de vinho.
Na semana passada, Braga Netto foi interrogado por Alexandre de Moraes e negou ter conhecimento do Punhal Verde Amarelo e de ter repassado a Mauro Cid dinheiro dentro de uma sacola de vinho para que fosse entregue a militares que faziam parte do esquadrão de elite do Exército, chamados de “kids pretos”.
O general está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.
Leia também
Pergunte ao Chat ICL
Relacionados
STF mantém prisão preventiva de Braga Netto por risco à ordem pública
Decisão nega pedido da defesa e reafirma indícios de liderança na tentativa de golpe
PGR aponta contradições na delação de Mauro Cid e quer revisão dos benefícios
Manifestação destaca superficialidade, omissões e trechos do documento que apontam violações ao acordo firmado
Mauro Cid reafirma que Jair Bolsonaro leu minuta golpista durante reunião
O tenente-coronel Mauro Cid disse que o ex-presidente pediu alterações no documento