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Pedro Barciela

Autor no blog Essa Tal Rede Social, estuda e atua na área de monitoramento e análise de redes sociais com foco em política e campanhas eleitorais.

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O golpe financeiro de Milei usando as redes sociais

Javier Milei protagonizou no X um golpe de milhões de dólares
15/02/2025 | 10h12
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O presidente argentino, Javier Milei, promoveu em suas redes sociais o token de criptomoeda $LIBRA, descrevendo-o como um projeto privado destinado a “fomentar o crescimento econômico do país por meio do financiamento de pequenas empresas e empreendimentos locais“. Após a divulgação, o valor do token aumentou rapidamente, mas logo em seguida sofreu uma queda acentuada. Especialistas alertaram que a moeda, sem lastro na economia real, tinha 80% de seus tokens concentrados em apenas cinco carteiras, o que levantou inúmeras suspeitas contra o presidente argentino. Posteriormente, Milei apagou a publicação e afirmou “não conhecer detalhes” e, como sempre, culpou os outros após o golpe financeiro.

Tweet do golpe financeiro que, posteriormente, foi apagado por Javier Milei

Tweet do golpe financeiro que, posteriormente, foi apagado por Javier Milei

Nas redes sociais o tema repercutiu com uma enorme força, colocando apoiadores do presidente em posição completamente reativa. Desde a publicação do tweet por parte de Javier Milei, hashtags como #MileiEstafador (algo como #MileiVigarista) e #MileiVerguenzaMundial estão entre os termos mais utilizados nas ocorrências que citam o mandatário.

Termos mais citados junto ao nome do Milei desde o início do escândalo no X

A revolta dos usuários com o valores envolvidos, com relatos de perda para alguns e lucros para outros que giram ao redor de dezenas de milhões de dólares em poucas horas, gera uma série de abordagens entre os usuários argentinos que repercutem o tema. Quase 30% dos comentários até aqui exigem implicações legais para o mandatário, pedindo investigações contra o esquema fraudulento. Outros 26% questionam a capacidade de Milei para exercer o cargo, ironizando seu conhecimento sobre economia ao alegar desconhecimento para se defender do golpe financeiro difundido por sua própria conta oficial.

Em um cenário bastante polarizado, 20% dos usuários ainda questionam como seria a cobertura da imprensa caso o tema ocorresse com figuras progressistas, ironizando a cobertura da mídia argentina. Até a manhã de hoje (15), apenas o C5N dava destaque ao tema em seu portal. Infobae, Clarín e La Nación focavam em temas ligados ao Oriente Médio e Ucrânia.

Por fim, 16% lamentaram as perdas e exigiram a regulação do mercado cripto, enquanto apenas 12% tentavam eximir Milei de qualquer culpa, alegando que “ninguém foi obrigado a investir” e que ele poderia ter sido hackeado.

 

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