Amanda Souza — Tempo.com
O final de semana será marcado pela intensa onda de calor no Sudeste e os riscos à saúde chamam a atenção: tempo extremamente seco, calor sufocante, baixos índices de umidade do ar, maior concentração de poluentes, sensação térmica escaldante. Esses são alguns perigos que a região Sudeste vai enfrentar.
A onda de calor está associada a um padrão de bloqueio atmosférico que impede a formação de instabilidades sobre boa parte do centro-sul do Brasil, além de uma massa de ar quente que chega para complementar o calor associada a uma pré-frontal. Com uma frente fria gerando temporais no Sul, o Sudeste por enquanto só fica com o calor.
Último fim de semana do verão com temperaturas de até 40 °C em cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Calor extremo traz riscos à saúde humana e animal devido ao estresse térmico.
O calor já está presente e tem sido até um padrão já faz meses por conta do El Niño que gera um quadro de chuvas irregulares e muito calor no Brasil Central. O verão deste ano foi mais quente que o normal, o que tem ajudado inclusive na explosão de casos de dengue em todo o Brasil. Neste artigo vamos discutir alguns riscos à saúde que esse calorão todo gera.
Tempo muito seco em boa parte do interior
A falta de chuva regular e organizada será um dos pontos marcantes deste final de semana, já que a frente fria ainda deve atuar sobre o Sul. Até a noite de domingo (17), boa parte do Sudeste permanece com o tempo extremamente seco, com dias ensolarados e com pouca presença de nebulosidade.
Com o maior predomínio do sol, as temperaturas disparam e geram outros índices, como a baixa umidade relativa do ar; por isso, é fundamental que a população se conscientize da necessidade de hidratação, além de evitar a exposição direta ao sol. Quanto mais seco e mais quente, menor fica a umidade do ar, o que pode ser prejudicial para a saúde, especialmente em idosos, crianças e pessoas com doenças cardiorrespiratórias pré-existentes.
A chuva deve chegar em partes do estado de São Paulo na tarde de domingo devido à aproximação lenta da frente fria que já vai se afastar para o oceano. Entretanto, o que chama a atenção é que a chuva tende a ser mais intensa no oeste paulista por influência de instabilidades no interior do continente associadas a uma área de baixa pressão atmosférica. Volumes em torno de 40 milímetros podem ser registrados.
O tempo seco no final de semana pode gerar também uma maior concentração de poluentes na atmosfera. Materiais particulados em suspensão podem gerar doenças e agravar quadros respiratórios, especialmente nos grandes centros urbanos.
Onda de calor sufocante
Mesmo para quem gosta das altas temperaturas para aproveitar o final de semana, é preciso redobrar os cuidados. O calor sufocante deve levar muita gente para o litoral do Sudeste neste final de semana, então atenção ao tráfego mais pesado nas estradas, e atenção também ao grande número de turistas nas praias, isso pode ser bastante sufocante e muita gente pode passar mal.
Muitas cidades no interior paulista e no Rio de Janeiro costumam registrar temperaturas mais altas comparadas às cidades em Minas Gerais e ao Espírito Santo, o que não será diferente nos próximos dias. Apesar do calor generalizado, máximas de até 40 °C são esperadas em algumas localidades, como na capital fluminense.
Vale ressaltar, inclusive, que esse calorão todo serve como combustível para os temporais, isso quando a chuva chega. O risco para tempo severo com ventos, trovoadas, raios e granizo é grande em São Paulo, especialmente em cidades mais próximas ao Paraná que podem registrar essa chuva forte no domingo.
Sensação térmica escaldante
Além das temperaturas registradas oficialmente nos termômetros, a população ainda precisa se preocupar com outra variável, a sensação térmica. É ela inclusive que dita na verdade o mal-estar que o calor pode gerar.
Com uma temperatura de 40 °C no Rio de Janeiro, o que já é um absurdo, a sensação térmica que a população pode sentir na pele é na verdade de 50 °C, e com certeza, esses 10 °C fazem muita diferença. Essa sensação térmica é a forma como os nossos sentidos percebem de fato a temperatura do ar.
Para uma maior ou menor sensação térmica, alguns condicionantes climáticos são considerados, como a temperatura, a umidade do ar e a velocidade do vento. Abaixo têm os fatores que exemplificam melhor essa sensação térmica.
- Velocidade do vento: à medida que o vento fica mais veloz, a sensação térmica diminui, já que ele facilita as trocas de calor entre o corpo e o ambiente, mas se o vento fica mais fraco, a sensação térmica aumenta.
- Temperatura do ar: à medida que a temperatura do ar aumenta, a sensação térmica também aumenta.
- Umidade relativa do ar: a umidade do ar varia de acordo com a quantidade de vapor de água na atmosfera. Assim, se ela estiver elevada, as gotículas de água dificultarão a evaporação de suor nos dias com maiores temperaturas ou facilitará a perda de calor para o ambiente em dias com menores temperaturas, influenciando a sensação térmica.
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