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Opositores de Marçal provocam candidato exibindo cadeiras e bancos em caminhada

Vereador Rubinho Nunes não gostou da provocação a Marçal e investiu contra um motoboy que segurava um banco
17/09/2024 | 05h58

O candidato Pablo Marçal (PRTB) fez nesta segunda-feira (16) uma caminhada pela região da Santa Ifigênia, centro de São Paulo, onde cumprimentou comerciantes. O evento reuniu dezenas de apoiadores, que gritaram palavras de apoio ao candidato e hostilidades contra a imprensa.

Mas também houve protesto contra Marçal, em que algumas pessoas levantaram bancos e cadeiras enquanto ele passava, numa alusão ao ataque desferido pelo candidato José Luiz Datena (PSDB), no debate da TV Cultura, realizado na noite anterior.

Uma das pessoas que segurava um banco, o motoboy Rodrigo Rodrigues, foi alvo do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que tentou tirar o objeto da mão do manifestante.

Conhecido por espalhar fake news contra o trabalho social do padre Julio Lancelloti, o vereador disse que o homem tentou agredir Marçal e que, por isso, teve que agir fisicamente para segurá-lo e derrubá-lo.

O motoboy negou essa versão e disse que pegou uma banqueta emprestada do estabelecimento para exibir aos apoiadores, momento em que Rubinho Nunes “foi para cima dele”. Em entrevista ao jornal O Globo, o manifestante disse que só estava brincando e que foi agredido com “mata leão, bicuda.

Marçal x Datena

Marçal recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês pela manhã e disse que irá pedir o indeferimento da candidatura de Datena. Ele foi ao IML (Instituto Médico Legal) para ser submetido ao exame de corpo de delito.

A comprovação das lesões será anexada ao inquérito aberto pela Polícia Civil para investigar o caso. Segundo Tássio Renam, advogado de Marçal, foi registrada queixa pelos crimes de lesão corporal e injúria em boletim de ocorrência no 78º DP (Jardins).

Ao deixar o IML, o candidato prestou depoimento em uma delegacia no Itaim Bibi, na zona oeste, para formalizar a representação contra Datena. Antes disso, na saída do hospital, o candidato do PRTB ironizou o adversário do PSDB. “Foi só um esbarrão, né, Datena”, disse. “Estou com o sexto arco costal com uma leve fissura.”

Em nota, o hospital afirmou que Marçal teve traumatismo na região do tórax à direita e no punho direito, “sem maiores complicações associadas”.

Durante a caminhada, o coach repetiu provocações contra José Luiz Datena (PSDB), a quem chamou de “velho tarado”.

Com o braço direito em uma tipoia e uma tala no dedo, o candidato do PRTB também atacou a imprensa e os demais candidatos que, segundo ele, não o apoiaram.

“Aos brasileiros que comemoraram [a agressão] e disseram que eu mereci, realmente, têm merecido os governantes que a gente tem”, disse. “Quero dar os parabéns para a maior parte da imprensa que está passando pano. O descontrole emocional foi dele, ele já começou o debate dizendo que tinha vontade de me bater”, continuou.

PL avalia que Marçal forçou agressão em debate; 'máscara derreteu' Datena

José Luiz Datena dá uma cadeirada em Pablo Marçal durante debate na TV Cultura – Reprodução/TV Cultura

Mais tarde, durante caminhada no centro de São Paulo, Marçal repetiu a acusação de assédio sexual contra Datena e disse ser preciso colocar “um segurança ou psiquiatra” ao lado do apresentador.

Questionado se aceitaria dialogar com a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) sobre um possível “pacto de civilidade” nos debates televisivos, Marçal negou e mandou os outros candidatos “fazerem pacto com o diabo”.

Atendimento de Marçal foi de “pouca urgência”

No domingo, após a agressão de Datena no debate da TV Cultura, Marçal deixou o endereço em direção ao hospital em um carro particular acompanhado de assessores e seguranças, mas mudou de ideia ao sair da garagem e avistar a ambulância contratada pela emissora organizadora do debate, estacionada em frente ao prédio. A contratação é uma medida de segurança em eventos com mais de 1.500 pessoas.

Marçal embarcou na ambulância com cinco assessores e percorreu o trajeto de cerca de 6 km com a sirene ligada. Vídeo divulgado por aliados mostrou o candidato deitado na maca com expressão de dor e uma máscara de oxigênio.

Durante sua estadia no Sírio-Libanês, Marçal apareceu em outro vídeo postado em suas redes sociais usando uma pulseira verde. A cor do acessório indica que seu caso foi considerado de baixo risco.

O verde é usado para identificar paciente com baixo risco de morte e pouca urgência de atendimento, segundo o protocolo de Manchester. O critério é universal e usado para indicar a classificação de risco em atendimentos de urgência.

A agressão ocorreu quando Marçal questionou Datena sobre uma denúncia de assédio sexual feita por uma ex-funcionária da Band.

O caso citado por Marçal ocorreu em 2019, quando Bruna Drews, então repórter do programa Brasil Urgente, apresentado por Datena na Band, disse ter sido assediada pelo tucano. A jornalista afirmou, na época, que o apresentador frequentemente fazia comentários sobre seu corpo, em tom sexual.

Após a repercussão do caso, ela se retratou e protocolou uma declaração em cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.

Com Folhapress (Por Mariana Zylberkan e Victória Cocolo)

 

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