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A participação do ministro da Secretaria Extraordinária de Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, ontem na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, foi marcada por embates entre parlamentares bolsonaristas e o ministro.

Convocado para esclarecer sua solicitação à Polícia Federal para a abertura de inquérito para investigar a distribuição de fake news sobre a atuação do governo federal na crise no RS, Paulo Pimenta respondeu de forma dura às cobranças, às vezes absurdas, dos parlamentares da oposição.

Em cerimônia no Rio Grande Sul, Lula nomeia Paulo Pimenta como ministro extraordinário da reconstrução do RS

Entre provocações que foram da jaqueta da Defesa Civil que trajava a seu suposto envolvimento no caso Odebrecht, Paulo Pimenta relatou que já em 2013 foi vítima de fake news.

Respondendo à deputada Bia Kicis (PL-DF), Pimenta relembrou que publicação mantida pelo grupo Revoltados Online, dos quais faziam parte Kicis e Carla Zambelli (PL-SP), afirmou que ele seria o dono da Boate Kiss. Um incêndio ocorrido na boate, localizada na cidade natal do ministro Santa Maria (RS),  deixou 242 vítimas.  “Eu sei do que vocês são capazes”, disse.

Fake news atrapalharam resgate

Em sua fala inicial, Pimenta elencou as ações do governo federal na tragédia e listou diversas mentiras disseminadas pelas redes sociais que, segundo o ministro, atrapalharam os trabalhos de resgate e ação de solidariedade.

Depois da fala de Pimenta, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) elevou o tom e questionou o ministro sobre o fato de ele ter levado a esposa para um evento no Rio Grande do Sul.  Pimenta respondeu que usou a aeronave dentro da legalidade e fez alusão a episódio de violência de  Bilynskyj.

“Se minha esposa me acompanhou em um roteiro no estado? Sim, sou ministro, participo de eventos públicos e muitas vezes a minha esposa me acompanha. Não posso dizer o mesmo do senhor. Se o senhor acha que tem alguma coisa estranha nisso, inclusive tenho uma relação com ela de respeito.”

Em 2020, Bilynskyj foi baleado por sua namorada à época, a modelo  Priscila Delgado de Bairros. De acordo com a Polícia Civil, Priscila tentou matar Bilynskyj e depois cometeu suicídio.

Até a roupa do ministro foi atacada: o deputado Gilvan da Federal iniciou sua arguição classificando a jaqueta que o ministro trajava, do Grupo de Apoio a Desastres, como “ridícula”. “Ridícula essa jaqueta que o senhor usa, de onde eu venho, para quem trabalha. É repugnante no meio de uma catástrofe ver um ministro se preocupar com fake news e comer churrasco em churrascaria”, afirmou Gilvan da Federal. O minstro disse se tratar de homenagem aos trabalhadores da Defesa Civil: “Lamento chegar neste parlamento e dizer que essa jaqueta é patética. Deputado, eu teria vergonha de dizer o que o senhor disse. O senhor é uma vergonha para esta casa, para o estado e para o Brasil”.

À maneira peculiar dos bolsonaristas, parlamentares como Eduardo Bolsonaro equipararam medidas de combate às falke news como censura: “Vocês não têm moral. O que a gente fala justamente o contrário de fake news. Preferem seguir o caminho da censura”, afirmou Eduardo Bolsonaro.

 

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