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Após perfil de Janja ser hackeado, plataforma X é criticada por não tomar providências

Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, destacou a urgência de regulação das plataformas
12/12/2023 | 08h26

O perfil da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, na plataforma X (antigo Twitter) foi bloqueado a pedido da Polícia Federal, depois de ter sido invadido por hacker na noite de ontem. O invasor encheu a timeline de Janja com frases de conteúdo misógino, antipetista e mensagens contra autoridades que os bolsonaristas costumam ver como inimigas – a exemplo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das frases era: “Eu te amo Bolsonaro mito”.

Mesmo depois da ação do hacker, a plataforma X deixou as mensagens ofensivas expostas por 51 minutos. As postagens do invasor só foram retiradas e o perfil bloqueado para novos conteúdos após a intervenção da PF. A inércia da plataforma foi alvo de críticas.

“É espantosa, mas não surpreendente, a postura das redes sociais, particularmente da plataforma X (antigo Twitter), que falham miseravelmente em garantir a segurança do usuário. E o pior: ainda são lenientes e permissivas diante do discurso de ódio, da misoginia e da intolerância”, escreveu o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, no próprio X. “Exemplo disso é a invasão criminosa do perfil da primeira-dama Janja, que é alvo de ataques frequentes neste ambiente, sem que nenhuma providência seja tomada por parte da plataforma”.

O ministro lamenta que no espaço da rede as pessoas sejam “completamente livres para ofender umas às outras, difamar e caluniar, sem nenhum tipo de consequência ou responsabilização”. Ele destaca que a regulação dessas plataformas é urgente.

Líder do governo no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também apontou falta de providências por parte da empresa de Elon Musk. “Uma hora depois da primeira postagem do invasor no perfil de Janja, nenhuma providência foi tomada pela equipe do X. Que tipo de segurança oferece uma plataforma que não age de forma rápida e incisiva para coibir ataques à primeira-dama do país? Com essa omissão, o X se torna cúmplice da ação criminosa”, acusou.

No cabeçalho do perfil de Janja, que tem 1,2 milhão de seguidores, o hacker deixou sua assinatura: “Pwn3d by Ecologyc, Ludwig, Smalkade”. Abaixo, escreveu vários palavrões contra a classe política e autoridades. Os primeiros conteúdos postados, no entanto, se referiam a Janja com palavras de baixo calão e de forma misógina.

O hacker também fez menções ao Mensalão, citou Benito Mussolini em uma frase sem sentido, exaltou o falecido deputado Enéas Carneiro e fez bravatas comuns a esse tipo de invasor, com desafios à Polícia Federal.

DECLARAÇÕES FORTES

A ação do hacker acontece poucos dias à participação de Janja na Conferência Eleitoral do PT no sábado (9). A primeira-dama fez declarações bastante fortes no evento.

Sobre Bolsonaro, disse: “Esse cara, o inominável, está inelegível e, se tudo der certo, logo ele vai estar ó (faz o símbolo de ‘atrás das grades’ com as mãos)”.

“A gente precisa começar a chamar as pessoas de fascista, porque é isso que elas são. É o fascismo que mata, que nos anula, que quer nos anular. Então, a gente precisa deixar esse período para trás e mudar, virar essa chave, começar a usar o termo ‘fascista’. Deixar esse cara lá no lugar que lhe é de direito para a história, que é nada, a lata do lixo”, disse Janja.

Quanto às críticas sobre sua participação em eventos oficiais ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a primeira-dama foi firme: “Eu estava em uma reunião do G20 e todo mundo fica falando: ‘o que ela fica fazendo lá com o presidente? Nem foi eleita’. Dane-se, eu vou estar sempre”, disse Janja. “Ninguém me deu aquele lugar. Eu conquistei”.

 

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