Por Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (13) a operação Data Change, que tem como alvo um grupo criminoso que conseguiu invadir os sistemas de execução penal e de mandados de prisão mantidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) visando soltar criminosos de alta periculosidade.

Seccional goiana da OAB (Foto: Reprodução)
Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Goiânia. Há a suspeita de que advogados participaram das fraudes. A seccional de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse acompanhar as diligências.
Após invadir os sistemas, os criminosos alteravam os dados sobre o cumprimento de penas e inseriam documentos falsos. Foram identificadas fraudes em pelo menos 15 processos, “mas esse número pode aumentar com os desdobramentos da investigação que está em curso”, informou a PF.
Acrescentou que “essas alterações indevidas tinham por finalidade adiantar as datas para progressão de regime dos apenados, de modo que estes pudessem progredir, de forma fraudulenta, mais rapidamente do regime fechado para o semiaberto, quando então rompiam a tornozeleira, tornando-se foragidos da justiça”.
Entre os beneficiados estariam condenados a mais de 60 anos prisão e também integrantes de facções criminosas.
Violações dos sistemas do CNJ

Sede da CNJ (Foto: Foto: Rômulo Serpa/Agência CNJ)
Essa não é a primeira vez que os sistemas do CNJ são invadidos para a inserção de informações fraudulentas. Em janeiro de 2023, por exemplo, o Banco Nacional de Mandados de Prisão foi acessado irregularmente para a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos.
Na ocasião, foi inserida no sistema uma falsa ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra ele mesmo.
Após investigação da Polícia Federal e parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) se tornou ré no caso, acusada de ter encomendado a ação a Walter Delgatti Neto, conhecido por ter sido o hacker responsável por vazar mensagens no escândalo conhecido como Vaza Jato. A parlamentar nega participação no crime.
Relacionados
Gilmar Mendes recua e julgamento de Collor será retomado segunda-feira
Ex-presidente foi preso em Maceió por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes
STF condena Débora Rodrigues, que pichou estátua no 8/1, a 14 anos de prisão
Débora foi condenada por cinco crimes, inclusive golpe de estado; ela pichou a frase 'Perdeu, mané' na estátua A Justiça, localizada em frente ao edifício-sede da Corte
Zanin nega tentativa do PL de suspender íntegra de ação penal contra Ramagem
Bolsonaristas buscam frear processo contra aliado no STF; líder do PT diz que ofício de ministro é “vitória”