Pesquisa da Quaest revela que 31% dos brasileiros admitiram ter recebido notícias falsas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. A informação é do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Realizada entre os dias 2 e 6 de maio, a pesquisa perguntou “Você recebeu alguma fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul?”.
Apesar de 69% dos entrevistados tenham negado o recebimento de fake news, muitos deles podem ter sido vítima de notícias falsas mas não conseguiram reconhecer os conteúdos como desinformação.
Pesquisa: origem das fake news
A Quaest também perguntou a origem das fake news recebidas. Segundo os pesquisados, 35% revelaram que receberam as notícias falsas de “conhecidos em grupos de WhatsApp”.
Em seguida, 24% disseram que receberam de “amigos”. Já 11% revelaram que as fake news foram enviadas por “políticos” e “colegas de trabalho”, enquanto 10% foram recebidos de “primo, tio, avô”.
AGU contra notícias falsas
Na última sexta-feira (10), A Advocacia-Geral da União (AGU) promoveu reunião com representantes das principais plataformas digitais para propor medidas de combate à desinformação envolvendo as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul.
No encontro, a AGU propôs atuação conjunta com as empresas que operam as redes sociais para criação de um canal direto para retirada de conteúdos com desinformação sobre a tragédia.
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Móveis empilhados e lama nas ruas de Muçum. Foto: Diogo Zanatta/ ICL Notícias
De acordo com o advogado-geral, Jorge Messias, quando for identificada postagem com notícias falsas, o governo vai acionar as plataformas diretamente para que o conteúdo seja removido. Os aplicativos terão o prazo de 12 horas para responder à solicitação enviada.
“Temos identificado nos últimos dias um aumento muito preocupante de conteúdos desinformacionais que têm abalado a atuação das forças de segurança pública nos trabalhos de pronto-atendimento, salvamento e auxílio à população do Rio Grande do Sul”, afirmou Messias.
Justiça Federal acionada
Na quarta-feira (8), a AGU entrou na Justiça Federal com pedido de resposta contra o coach Pablo Marçal em razão de postagens com informações falsas sobre a atuação das Forças Armadas na prestação de auxílio à população gaúcha.
Marçal foi acionado pela AGU por ter postado vídeos no Instagram e no TikTok acusando as Forças Armadas de inércia na tragédia.
AGU: X
A AGU também encaminhou à rede social X (antigo Twitter) pedido, em notificação extrajudicial, para que em até 24 horas, a plataforma acrescente a postagens com desinformações sobre o patrocínio do show da cantora Madonna no Rio de Janeiro o esclarecimento de que não houve qualquer repasse de recursos federais para o evento.
A AGU ressalta “que as publicações infringem os termos de uso da própria plataforma {X} — que proíbe a publicação de conteúdo enganoso ou fora de contexto com potencial de causar confusão generalizada sobre questões públicas”.
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