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A Polícia Federal (PF) encontrou no celular do hacker Walter Delgatti Neto decisões falsas de quebra de sigilo bancário e bloqueio de R$ 22 milhões das contas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também foi descoberto um falso mandado de prisão — este, por sinal, deu início às investigações da corporação.

De acordo com a CNN Brasil, a identificação dos documentos ocorreu durante as investigações feitas pelo setor de inteligência da PF. “Constam falsas ordens de afastamento de sigilo bancário e de bloqueio de valores contra o magistrado”, diz trecho do relatório da corporação, de 1.521 páginas.

“Há também uma ordem de afastamento de sigilo bancário em desfavor do ministro, assinada pelo mesmo Adolfo Majado Filho. O arquivo nomeado como “xandao.pdf” determina o afastamento do sigilo de contas do magistrado no período de 31/10/2018 a 31/10/2022”, detalha a PF.

PF: falsa ordem judicial

Segundo o inquérito, a falsa ordem judicial foi gerada, conforme consta em seu teor, no dia 4/1/2023, às 22h22. O relatório mostra ainda que o metadado do arquivo, encontrado no material de Walter, aponta que sua criação ocorreu no mesmo dia às 22:22:59h.

As decisões de bloqueio de contas não foram inseridas no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas constam na análise do material apreendido durante buscas.

Zambelli

Walter Delgatti Neto e Carla Zambelli foram indiciados pela PF por suspeita de invasões ao site do CNJ. Foto: Reprodução Redes Sociais)

Indiciamento

Na última quinta-feira (29), a Polícia Federal indiciou a deputada federal Carla Zambelli (PL–SP) e o hacker por suspeita de invasões ao site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A dupla também foi indiciada por falsidade ideológica.

De acordo com as investigações, Zambelli teria cometido quatro vezes o crime de invasão de dispositivo informático qualificado. Já o hacker teria invadido o sistema do CNJ 22 vezes. Nas ocasiões, teriam sido inseridos documentos falsos no sistema do Judiciário.

Defesas

Segundo a CNN Brasil, a defesa de Delgatti informou que não se surpreende com o indiciamento, “pois, desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ”.

“O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele”, disse o advogado Ariovaldo Moreira.

Já o advogado da deputada Carla Zambelli, Daniel Bialski, enviou nota em que “reforça que ela [deputada] jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões a sistemas ou praticasse qualquer ilicitude”.

 

 

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