A Polícia Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) chegaram a fazer uma ação conjunta para apurar o uso ilegal de software espião durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo publicou a Folha de São Paulo, a ação se deu em 10 de maio de 2023, quando as duas corporações se reuniram com representantes da empresa Cognyte, que fabrica o software israelense FirstMile.
Na ocasião, detalhou o repórter Ranier Bragon, PF e Abin formalizaram procedimentos para recuperar e repassar dados da ferramenta para a agência de inteligência. Como resultado da diligência conjunta, a empresa entregou à PF e à Abin pendrives com dados recuperados.
O aparente clima de normalidade entre as instituições não é o mesmo atualmente. Ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a PF acusou a atual gestão da Abin de embarreirar as investigações e de promover um “conluio” interno para livrar servidores de qualquer punição.
A PF cita especificamente uma reunião da cúpula da Abin, já no governo Lula, e diz que o número 2 da agência, Alessandro Moretti, afirmou no encontro que o caso de espionagem ilegal tinha fundo político e que logo passaria.
A acusação é rejeitada pela Abin, que afirma ter colaborado desde o início com as investigações.
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