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PF investiga explosões em Brasília como ato terrorista

Andrei Rodrigues afirma que investigações apontam para o fato de que grupos extremistas estão ativos
14/11/2024 | 13h32

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos, disse na quinta-feira (14) que as explosões registradas na noite de quarta-feira (13) em Brasília não representam “fato isolado” e que a unidade de investigação antiterrorismo da corporação já foi acionada para auxiliar nos trabalhos.

“Quero, inicialmente, fazer um registro da gravidade dessa situação que enfrentamos ontem. Tudo isso aponta que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica — não só a Polícia Federal, mas todo o sistema de Justiça criminal.”

“Entendemos que esse episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado em período recente”, completou o diretor da PF.

Para Andrei Rodrigues, o atentado ao STF aponta que os grupos extremistas responsáveis por atos similares em anos anteriores seguem ativos. Rodrigues afirmou, também, que há indícios de que o homem agiu sozinho e de que premeditou o crime por meses.

A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) devem assumir as investigações — a cargo, inicialmente, da Polícia Civil do Distrito Federal.

“Determinei a instauração do inquérito policial e o encaminhamento para a Suprema Corte em razão das hipóteses iniciais de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito. E também, de atos terroristas. Estamos tratando o caso sob essas duas vertentes”, informou Andrei.

Diretor da PF: ‘Planejamento de longo prazo’

As primeiras informações da investigação indicam, segundo o diretor da PF, que o ataque foi fruto de “planejamento de longo prazo”. Fábio Wanderley, que é de Rio do Sul, Santa Catarina, estava já há alguns meses em uma casa alugada em Ceilândia, no Distrito Federal.

“Essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília. Inclusive, segundo relatos de familiares, estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo dizer se houve participação direta nos atos de 8 de janeiro, isso a investigação vai mostrar.”

Extintor com gasolina e fogos de artifício

Andrei Rodrigues afirmou que a PF está analisando os materiais encontrados durante a investigação, inclusive uma “caixa” encontrada durante a perícia.

Segundo o diretor da PF, as bombas eram de fabricação artesanal, mas de “alto grau de lesividade”. Também disse que Francisco Vanderlei portava um extintor carregado com gasolina, simulando um lança-chamas, o que “reitera a gravidade da situação que encontramos”, afirmou.

No porta-malas do carro de Francisco Vanderlei, havia fogos de artifício montados sobre uma estrutura de tijolos com o objetivo de direcionar a explosão para uma única direção. Também foi localizado um trailer que teria sido alugado há alguns meses e estava estacionado nas proximidades do STF, o que sugere que o ataque foi planejado em médio ou longo prazo.

Gaveta explodiu ao ser aberta por robô

Na manhã da quinta-feira (14), uma gaveta na casa alugada em Ceilândia explodiu ao ser aberta por um robô antibombas da Polícia Federal.
“Felizmente, utilizamos a boa doutrina da nossa instituição e da Polícia Militar também para fazer entrada nesse tipo de ambiente. E entramos com o robô, nosso robô antibombas. Entramos na residência, o robô entrou na residência e a ato contínuo ao abrir uma graveta para fazer a busca, houve uma explosão, uma explosão gravíssima. Salvou a vida de alguns policiais que se tivessem ingressado na residência, certamente não sobreviveriam àquela intensidade da explosão”, disse.

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