Por Aléxia Sousa
(Folhapress) — Um militar da Marinha foi preso nesta segunda-feira (16) durante uma operação da Polícia Federal contra o Comando Vermelho, no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. O cabo, que não teve o nome divulgado, é apontado como responsável pela operação de drones lançadores de granada para a facção criminosa.
A investigação começou depois de um ataque de traficantes do Comando Vermelho contra milicianos, com a utilização de drones equipados com dispensadores capazes de arremessar artefatos explosivos, na comunidade da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio.
Militar preso em seu posto de trabalho
Durante as apurações, a PF identificou o militar suspeito de operar a aeronave remotamente em um ataque, ocorrido em 15 de fevereiro. Os drones também teriam sido usados pela facção criminosa para monitorar as ações policiais realizadas no Complexo da Penha e em outras áreas dominadas pelo CV.
Segundo a PF, o militar foi preso em seu posto de trabalho. Contra ele foi cumprido um mandado de prisão preventiva.
A Marinha do Brasil confirmou a prisão de um cabo pertencente à Força, em Niterói, na região metropolitana do Rio. Informou ainda que irá contribuir com os procedimentos necessários para a apuração dos fatos.
Durante a operação nesta segunda, criminosos entraram em confronto com policiais federais que tentavam cumprir outro mandado de prisão no Complexo da Penha.
A PF afirmou que as equipes foram recebidas a tiros e revidaram. Ainda segundo a corporação, quatro moradores foram atingidos por estilhaços de disparos feitos por criminosos. Todos os feridos já receberam alta.
A plataforma Onde Tem Tiroteio registrou confronto por volta das 8h. Nas redes sociais, moradores relataram que ao menos cinco blindados da PF atuaram na localidade. Em vídeos publicados, é possível ouvir as sequências de disparos.

Tiroteio no Complexo da Penha fechou clínica e escolas na região. (Foto: Reprodução de vídeo)
Clínica e escolas fechadas
Em razão da ação, a clínica da família da região suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares. Em relação às unidades escolares, a Secretaria Estadual de Educação informou que um colégio precisou ser fechado. Na rede municipal, duas escolas foram impactadas.
Após o confronto, a operação foi suspensa. “Para evitar um confronto armado de maiores proporções e preservar a população local, a equipe da deflagração optou por não prosseguir com a ação”, informou a PF.
Os alvos dos mandados de prisão preventiva (sem prazo), já denunciados pelo Ministério Publico do Rio, vão responder pelos crimes de organização criminosa e posse de material explosivo.
De acordo com a PF, o nome da operação remete à história dos drones, que surgiram com uma inspiração em bombas voadoras alemãs conhecidas como Buzz Bomb. O armamento, criado pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu esse nome devido ao barulho que fazia enquanto voava.
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