ICL Notícias
Vivian Mesquita

Apresentadora, Repórter e Editora Chefe Executiva com passagens pela Editora Abril, Rede Globo e Canais ESPN Disney. Especialista em esportes de ação em mercado mundial. Profissional com formação consolidada na área de mídia e conteúdo esportivo, com mais de 20 anos de experiência em TV. Relacionamento sólido com a comunidade criativa local, produtoras, talentos, atletas, marcas e mídia. Habilidades em gestão de equipes, processos organizacionais e comunicação. Apresentadora do ICL Notícias - 1ª Edição.

Pitty, Alanis Morissette e uma pausa pra cantar!

A gente precisa olhar pra dentro e, da maneira que puder, buscar um bocadinho de alegria
16/11/2023 | 05h05

Depois de quase duas décadas, a cantora canadense Alanis Morissette voltou ao Brasil. O show desta terça-feira, 14, no Allianz Parque, foi pra mim e para um grupo de recém-amigas e fãs da cantora, um momento único de fruição.

Em minhas últimas colunas conversamos sobre a exaustão que vivemos, o tema da redação do Enem (que muita gente ainda não entendeu – infelizmente) e as relações que estabelecemos em nossas vidas, onde – muitas vezes -, precisamos encolher para caber.

Hoje eu preciso falar desse momento “ufa” que foi assistir ao show da Alanis. Pra começar, ela veio celebrar os 25 anos de seu primeiro grande álbum, lançado em 1995, o “Jagged Little Pill”. Eu tinha 20 anos naquela época, ela 21. Eu cursava jornalismo, surfava em Santos aos finais de semana, competia (fui campeã paulista de longboard, gente), trabalhava pra pagar a facul e ajudar em casa, namorava um cara super bacana e sonhava em conquistar meu espaço na comunicação. Alanis, ainda sem saber, lançava hits que marcariam uma geração, como “Ironic” (essa música ainda faz tanto sentido pra mim), “You Oughta Know” e “Hand in My Pocket”, entre outras.

Vinte e oito anos depois, fui me reencontrar com essas canções. Desta vez, ao vivo com ela, Alanis Morissette. Fiquei hipnotizada com a potência de voz e a energia daquela mulher! Alanis é grande, e é humana igual a gente. É mãe de três filhos e teve depressão pós-parto depois de cada uma das gestações. No Brasil, pelos menos 25% das mulheres têm depressão pós-parto, segundo um estudo de 2016 da Fiocruz. Eu estou falando sobre isso porque o que mais me chamou atenção no show da cantora, foi que ela continua cantando segurando as duas mãos perto do peito. Seria um sinal de timidez que a acompanha até hoje? Alguns dizem que sim, pra mim é amor. Aquela mulher ama o que faz, e o faz apesar dos três filhos, da família, das cobranças e exigências diárias. É muito bom ver uma pessoa apaixonada pelo que faz, em especial porque a maioria não tem essa oportunidade.

Pitty abriu o show de Alanis. A roqueira baiana, que desbravou um espaço único quando começou a cantar há 20 anos, foi o prenúncio do que eu sentiria aquela noite: uma felicidade enorme em ouvir essas duas mulheres incríveis, cercada de uma plateia formada em sua maioria por mulheres, cantando sobre a ironia da vida.

Sabe, eu fiquei pensando que apesar das nossas batalhas diárias individuais, dos desafios como mulher e da sociedade, a gente PRECISA olhar pra dentro e, da maneira que puder, buscar um bocadinho de alegria todo dia.

Mr. Play It Safe was afraid to fly – O Sr. Precavido tinha medo de voar
He packed his suitcase and kissed his kids good-bye – Ele fez as malas e deu um beijo de despedida nos filhos
He waited his whole damn life to take that flight – Ele esperou a vida toda por aquele maldito voo
And as the plane crashed down, he thought – E enquanto o avião caia, ele pensou
Well, isn’t this nice – Mas que ótimo
And isn’t it ironic, don’t you think?– Não é irônico, você não acha?

Trecho de Ironic – Alanis Morissette

 

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