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Apesar de seus integrantes repetirem exaustivamente o bordão mentiroso de que “a esquerda protege bandidos”, o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, foi a legenda que deu o maior número de votos para soltar o deputado Chiquinho Brazão (sem partido–RJ), preso sob acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. A votação ocorreu ontem no plenário da Câmara e o placar foi de 277 votos a 129 para mantê-lo preso.

No PL, 71 deputados votaram para libertar Chiquinho Brazão, 5 se abstiveram e somente 7 votaram para que continuasse detido. O resultado justifica a preocupação manifestada pelo presidente da legenda, registrada pela coluna de Juliana Dal Piva antes da votação em plenário.

Valdemar Costa Neto e outros dirigentes acreditam que desgaste pelo episódio e um eventual “carimbo” de defesa de milicianos que, inclusive, pode atrapalhar a eleição no Rio de Janeiro.

Apesar disso, integrantes do PL foram enfáticos na defesa da soltura de Chiquinho Brazão. A começar por Eduardo Bolsonaro (PL–SP), que está em viagem à Europa mas publicou vídeo pedindo que o acusado de mandar matar Marielle fosse solto. Veja:

Outro que foi enfático ao defender a tese da soltura do acusado foi o deputado Carlos Jordy (PL–RJ), que ainda na Comissão de Constituição e Justiça usou argumento inusitado. “Houve um crime inafiançável? Houve. Um crime hediondo. Mas não houve flagrante”, disse ele. Veja:

Curiosamente, muitos dos deputados da extrema direita que pretendiam soltar Chiquinho Brazão repetem discurso de que é preciso rigor no tratamento aos “bandidos”, como é o caso do estridente deputado Éder Mauro (PL–PA), que faz em suas redes sociais publicações como essa:

Publicação do deputado Éder Mauro (PL-PA)

Publicação do deputado Éder Mauro (PL–PA)

Depois do partido de Valdemar costa Neto, o União Brasil foi a legenda que deu o maior número de votos pela liberação do acusado, 22, seguido de PP (10) e Republicanos (8).

Relator concordou com a tese do STF

Chiquinho Brazão foi preso preventivamente em 24 de março. A medida foi autorizada em decisão de Alexandre de Moraes e mantida de forma unânime pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. Agora, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP–AL) deverá notificar a decisão do Parlamento à Corte.

Relator do caso na CCJ, Darci de Matos (PSD–SC) concordou com a tese do STF de que a prisão justifica-se por atos de obstrução de Justiça. “A nosso ver, resta claramente configurado o estado de flagrância do crime apontado, seja por sua natureza de permanência, seja pelo fato de que os atos de obstrução continuavam a ser praticados ao longo do tempo”.

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