A Polícia Civil de São Paulo pediu à Justiça mais 90 dias para concluir o inquérito sobre uma suposta tentativa de homicídio privilegiado cometida pelo pré-candidato a prefeito Pablo Marçal (PRTB). A investigação apura a responsabilidade do ex-coach por ter colocado a vida de 30 pessoas em risco em uma escalada, sem equipamentos de segurança e durante um vendaval, ao Pico dos Marins, no Vale do Paraíba, em janeiro de 2022.
O pedido foi feito pelo delegado Adilson Antônio dos Santos, titular da Delegacia de Piquete, no interior do estado e onde fica o Pico dos Marins. Santos alega que ainda faltam algumas diligências antes de concluir o inquérito. O crime de tentativa de homicídio privilegiado é quando a prática do ato é atenuada por ter sido cometido sob fortes emoções.
Escalada
Durante a escalada, alguns integrantes do grupo passaram mal devido às condições climáticas adversas. Apesar de ser um ponto turístico, a região montanhosa — são até 2.420 metros de altitude — é alvo de alertas constantes da Defesa Civil, que orienta os aventureiros a tomarem cuidado.
Na época, Marçal disse que não tinha mandado ninguém subir a montanha e que cada um foi responsável pelos próprios atos. O ex-coach também tentou, junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), trancar o inquérito, mas não obteve sucesso e a investigação foi mantida.
Polícia Civil: inquérito estendido
No fim de junho, a Justiça Federal permitiu que o Ministério Público (MP) apurasse se o candidato a prefeito da cidade de São Paulo teria descumprido medidas cautelares impostas em janeiro de 2022.
O MP apura se houve descumprimento de uma medida cautelar expedida contra Marçal, visto que, em janeiro de 2022, o candidato havia sido proibido de realizar “qualquer atividade externa na natureza — seja em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos –, por si ou por interposta pessoa sem prévia e expressa autorização”.
Em maio deste ano, no entanto, Marçal organizou um reality show que terminou com um dos participantes procurando a polícia para denunciar uma série de maus-tratos.
Com a denúncia, a promotora Renata Galhardo Cheuen tomou conhecimento da participação de Pablo Marçal no reality show “La Casa Digital”. Para ela, o ex-coach teria desrespeitado a ordem de participar de atividades ao ar livre.
Em nota, Marçal disse que não descumpriu medida cautelar. “Não colocamos nenhum participante em risco físico durante o evento. Vale ressaltar que minha participação no evento foi meramente como apresentador, não sendo eu o organizador”, disse o empresário.
SAIBA MAIS:
Homem paga R$ 5 mil para almoçar com Pablo Marçal e é ridicularizado pelo ‘coach’
Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal lideram propagação de desinformação, aponta UFRJ
Deixe um comentário