O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral de Rua de São Paulo, registrou um boletim de ocorrência contra o influenciador bolsonarista Paulo Sposito por ameaça.
No B.O., consta que Sposito culpa Lancellotti pela “situação de ocupação, invasão e o aumento de noias furtando no bairro da Mooca” e que a situação só será normalizada quando o religioso for “transferido para outro pastoral ou for comer grama pela raiz”.
Após o registro, a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar os fatos e deve ouvir o depoimento de Sposito.
De acordo com Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do padre Júlio, o fato de Sposito ser CAC torna a ameaça ainda mais grave.
“[Comer] grama pela raiz é quando for assassinado, quando for morto. É um crime de ameaça. Não nos restou nenhuma alternativa a não ser abrir inquérito e fazer representação para esse inquérito”, afirmou Greenhalgh.
Em seu perfil no Instagram, Sposito se apresenta como “pós-graduado em direito penal militar, defensor da PMESP (Polícia Militar), pró-liberdade e legítima defesa”.
No Facebook, informa ser “Presidente da AF dos CAC’s do Brasil”. CAC é a sigla utilizada para definir Colecionador (de armas), Atirador Desportivo e Caçador. Segundo pessoas próximas ao padre Júlio, o fato aumenta a preocupação por indicar que Sposito possui armas.
A ameaça foi feita no comentário de uma postagem da página no Instagram @vigiamooca. O próprio post, originalmente, culpa Lancellotti pelo excesso de pessoas em situação de rua no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo (além de coordenador da Pastoral da Rua, padre Júlio é pároco da paróquia São Miguel Arcanjo, que fica no bairro, e desenvolve parte de seu trabalho social na região).
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