A Prefeitura do Rio de Janeiro autorizou a retirada de 130 árvores do Jardim de Alah, na divisa dos bairros de Ipanema e Leblon, na Zona Sul da cidade. O parque passa por um processo de urbanização conduzido pelo Consórcio Rio + Verde, que ganhou a concorrência pela concessão do espaço por 35 anos, em 2023.
O Jardim de Alah, que cobre uma área de 95 mil metros quadrados, abriga espécies nativas da Mata Atlântica, como amendoeiras, abricós-da-praia e sibipirunas, muitas delas com mais de 80 anos, plantadas desde sua criação na década de 1930. O Jardim de Alah é um parque público tombado.
Moradores se revoltam com a retirada das árvores
A decisão de remover as árvores gerou fortes reações entre moradores da região. Um desses moradores, a atriz Julia Lemmertz, publicou um vídeo nas redes sociais pedindo explicações do prefeito Eduardo Paes (PSD).
“O Jardim de Alah realmente vai virar um empreendimento imobiliário, com lojas e restaurantes. Vocês vão tirar 130 árvores adultas, que vão morrer, porque não vão replantar 130 árvores que estão ali há uma ‘centena’ de anos”, afirmou Lemmertz
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Concessão do Jardim de Alah
No projeto de revitalização do espaço após a concessão, está prevista a construção de um centro comercial e de lazer, com lojas, restaurantes e cafeterias integrados ao espaço. A revitalização foi estimada em R$ 112,6 milhões, mas o projeto vencedor propôs um investimento menor: R$ 85 milhões.
O projeto de revitalização inclui a construção de pontes para pedestres, além de instalações culturais e esportivas, além de um estacionamento subterrâneo. As construções tombadas serão mantidas, de acordo com o consórcio.

Vista aérea do projeto do novo Jardim de Alah. (Foto: Reprodução)
Em nota enviada ao site “Diário do Rio”, o Consórcio Rio+Verde informou que durante o processo de obtenção das licenças para revitalização do Jardim de Alah, o poder concedente emitiu uma licença ambiental autorizando a supressão arbórea.
O consórcio disse que serão plantadas cerca de 300 novas árvores no novo parque, um incremento de 41% em relação às existentes, e afirmou ainda que a supressão de 130 indivíduos arbóreos foi avaliada como necessária por diversos motivos, incluindo doença, decesso e a inadequação de espécies exóticas cujas raízes destroem a infraestrutura pública e impedem a acessibilidade das calçadas.
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