Nara Lacerda — Brasil de Fato
A prefeitura de São José dos Campos–SP recolheu a obra “Mulheres sonhadoras, mulheres cientistas”, composta por dois livros, das escolas e bibliotecas do município.
Escritos por Flávia Martins de Carvalho, juíza que atua na luta pela equidade racial, os livros falam sobre o legado de personalidades de diversos campos de formação.
Na lista estão 20 nomes relevantes no país, como Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Dorina Nowill, Débora Diniz e Marielle Franco. Por meio da poesia e das ilustrações, a obra trata dos desafios e conquistas dessas mulheres.
A decisão de recolher o material das escolas e bibliotecas ocorreu após um pedido de um vereador de extrema direita. Ele fez críticas ao livro em uma sessão na Câmara do município.

Flávia Martins de Carvalho
Retirada das escolas seria para reavaliação
Responsável pela publicação, a Editora Mostarda publicou nota em que expressou surpresa com a decisão. “Repudiamos qualquer tipo de censura e defendemos que obras que promovem o pensamento crítico e o exercício da cidadania devem permanecer nas escolas, sem quaisquer impedimentos de ordem autoritária”.
Em posicionamento divulgado por alguns veículos de imprensa, a prefeitura de São José dos Campos teria confirmado a decisão, com a justificativa de que o conteúdo será reavaliado por uma equipe técnica da Secretaria de Educação e Cidadania.
O Brasil de Fato enviou e-mail para confirmar as informações, mas não teve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para atualizações.
Leia também
Censura a ‘O avesso da pele’ faz vendas de livro dispararem 1400% na Amazon
Relacionados
Provocação do STF aos ‘patriotas’ gera engajamento nas redes
A ofensiva tem um alvo central: Alexandre de Moraes
Leia trecho inédito do novo livro de Juliana Dal Piva sobre Rubens Paiva
Jornalista lança na quarta-feira (12) 'Crime sem castigo: Como os militares mataram Rubens Paiva'
Prefeito de cidade mineira proíbe funk em escolas: ‘Cortar pela raiz’
Prefeitode Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas, afirma que as canções do gênero são inapropriadas