O presidente do Superior Tribunal Militar, Francisco Joseli Parente Camelo, tenente-brigadeiro do ar, deu uma visão muito diferente da que os militares costumam ter em relação à esquerda no Brasil. Em entrevista ao repórter Túlio Amâncio, da TV Band, ele disse que “ser de esquerda não é ser comunista” e que “o presidente Lula é um sindicalista”, não comunista:
“Primeiro, nós vivemos outros tempos, o mundo mudou. Não há mais o muro de Berlim, já caiu há muito tempo. O comunismo acabou. Pra mim não existe comunismo, no Brasil não existe. E outra coisa: o presidente Lula é um sindicalista. Eu não o vejo, jamais o vi, como um comunista. As pessoas têm mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista. Isso não existe. Ser de esquerda é… Realmente… Ela quer um Brasil melhor, mais solidário, mais próspero, um Brasil que pense no mais pobre. Ser de esquerda não é ser comunista, e o comunismo não existe no nosso país”, disse Camelo.
Entrevistei o presidente do Superior Tribunal Militar, F. Joseli Parente. Ele meteu essa:
“Ser de esquerda…ela quer um Brasil melhor, um Brasil mais solidário, um Brasil que pense no mais pobre, é tudo isso o que a esquerda pensa. Então, ser de esquerda não é ser comunista” pic.twitter.com/2rq2OIjIMo— Túlio Amâncio (@tulio_amancio) March 27, 2024
Presidente do STM já defendeu punição para militares do 8 de janeiro
Natural de Fortaleza, Camelo integra o STM desde maio de 2015 e entrou na carreira militar como praça em 1969 — momento mais violento da ditadura militar, após o AI-5 e durante o governo Médici. Camelo possui inúmeras condecorações nacionais e estrangeiras, entre elas a Ordem da Legião de Honra da França, maior honraria que uma pessoa pode receber naquele país.
O repórter pergunta, ao fim da entrevista, se o militar, que chama Dilma Rousseff de “presidenta” no início do vídeo, é de esquerda ou de direita:
“Nós, militares, não somos nem de esquerda e nem de direita. Não temos partido político. Queremos o melhor para o Brasil.”
Recentemente, o presidente do STM defendeu punição para os militares que participaram do 8 de janeiro e reconheceu que os “indícios de planejamento de golpe foram fortes, mas temos que dar a oportunidade de todas as pessoas se defenderem”. Para o ministro, os militares deveriam se manter fora da política.
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