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Na avaliação de políticos de esquerda entrevistados pelo ICL Notícias, o ato realzado pela extrema direita neste domingo (16) na praia de Copacabana foi prejudicial à ofensiva pela aprovação na Câmara de projeto que anistia os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Apesar da presença de Jair Bolsonaro, Silas Malafaia e políticos de várias partes do país, a manifestação não reuniu mais que 16,2 mil pessoas, segundo avaliação do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).
Para o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), foi um ato esvaziado em comparação com outros que os bolsonaristas já fizeram. “Isso demonstra limite e esgotamento da capacidade de mobilização de \bolsonaro. O ato enfraqueceu a pauta dele, que era tentar se livrar da prisão.
“Foi um ato pequeno para o Rio, imagine sendo um ato nacional”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “Ficou claro que o pedido de anistia é para Bolsonaro e nao para as ‘ velhinhas com biblia na mão’. Houve perda clara de apoio na sociedade. A democracia é um valor importante e tambem há corrupção em investigação. Foi um ato estreito politicamente, com os mesmos bolsonaristas de sempre. Sem peso”.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) acredita que o fiasco da manifestação é resultado de umm cansaço do bolsonarismo. “Foi fraca a manifestação e vai continuar assim. Eles são muito grandes nas redes sociais, mas quando chega na rua constatamos o cansaço deles”, acredita o psolista. “A foto de manifestação que toma um quarteirão não muda nada, é só o bolsonarismo raiz e os patriotários de sempre”.
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) usou ironia para se referir ao ato em Copacabana. “Se era para conseguir apoio para a anistia, deu errado. Os familiares dos presos pelo 8 de janeiro, mais dez amigos de cada família daria mais gente”, comentou.

Deputada Sâmia Bomfim
Anistia não é tema prioritário da sociedade, diz Sâmia
Outra psolista, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), acredita que a manifestação de hoje não serve como pressão.
“Penso que tem a ver com os financiadores terem pisado no freio também, à medida em que golpistas passaram a ser punidos, inclusive generais”, acredita Sâmia. “No auge eles enchiam ônibus, mobilizavam. Agora não vale tanto a pena. E, claro, evidencia que não é um tema prioritário na sociedade e que o espólio de Bolsonaro passa oficialmente a ser disputado por novos nomes”.
Bolsonaro e seus seguidores marcaram um novo ato pela anistia para o dia 6 de abril.
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