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Pedro Barciela

Autor no blog Essa Tal Rede Social, estuda e atua na área de monitoramento e análise de redes sociais com foco em política e campanhas eleitorais.

Quem pauta o debate econômico nas redes sociais?

É importantíssimo que o debate nas redes e nas ruas não seja pautado apenas por atores ligados ao bolsonarismo
05/11/2023 | 05h37

Que a semana nas redes sociais foi péssima para o ministro Fernando Haddad não há dúvidas: o volume de menções negativas citando o ministro foi de 78%, com destaque para termos como META FISCAL, ENTREVISTA, IMPRENSA e ROMBO. O perfil de usuário e a abordagem utilizada indicam, no entanto, uma ofensiva extremamente segmentada em setores do bolsonarismo e da fintwit. Entre os termos mais utilizados pelos usuários para se descrever na bios de seus respectivos perfis no X se destacam termos como CONSERVADOR, DIREITA, FAMÍLIA e PAI.

No total, menções ao ministro representaram 0.4% das publicações realizadas no X (Brasil) ao longo das 24h que seguiram a entrevista em que ele falou para a jornalista ir se informar. No Google-BR, as buscas pelo tema se destacaram no DF (100), seguido por SP (56) e RJ (49), em que 100 é o local com a maior popularidade como uma fração do total de pesquisas naquele local; 50 indica um local que tem metade da popularidade.

Termos como “Haddad dá xilique”, “abandona”, “agrava o quadro”, “surtou” e “fica perdido” foram explorados incessantemente por portais de imprensa e canais do Youtube ligados à oposição. São estes que ocuparam o espaço das principais publicações do período na imprensa. Já nas 10 principais publicações que citam o ministro no X (Twitter), entre terça e quarta-feira, todas partiram de bolsonaristas. No entanto, Haddad dividiu o espaço de “alvo” com setores da imprensa: atores ligados à oposição criticaram a falta de cobrança nos mesmos moldes da feita pela próprio bolsonarismo. Jornalistas ligados à imprensa tradicional foram fortemente criticados por, supostamente, ignorarem a “crise fiscal do país”.

É imprescindível discutir, dia após dia, questões econômicas em nosso país. No entanto, é importantíssimo que o debate nas redes e nas ruas não seja pautado apenas por atores ligados ao bolsonarismo, que intercalam ataques ao ministério com enaltecimentos de Paulo Guedes. O amadurecimento deste debate em outras frentes, seja em canais especializados ou em portais como o ICL parece incomodar o bolsonarismo, que ainda não conseguiu entender como fazer oposição ao governo Lula.

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