Por Aléxia Sousa
(Folhapress) — Os sistemas de água que abastecem os municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro estão em alerta devido à seca prolongada que afeta o estado.
De acordo com a Cedae, a falta de chuvas tem causado redução na disponibilidade hídrica dos mananciais utilizados para captação e tratamento de água nos sistemas Imunana-Laranjal, que atende o leste metropolitano, e Acari, que abastece parte da Baixada Fluminense.
Imagens feitas na área de captação do Imunana Laranjal no dia 30 de março e desta segunda-feira (9), mostram o efeito da seca na região.
Segundo a concessionária, o sistema Imunana-Laranjal ainda opera com sua capacidade máxima. Mas sem a previsão de chuvas para os próximos dias, existe o risco de diminuição na captação de água. Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Baixada Fluminense estão entre as regiões que podem ser afetadas.
O sistema também abastece a ilha de Paquetá, na capital fluminense. A captação é feita no canal de Imunana, formado pelos rios Guapiaçu e Macacu, e localizado no município de Guapimirim.
Para que o sistema opere de forma plena, é preciso que o regime de chuvas na bacia do manancial se normalize, de acordo com a Cedae.
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Para que o sistema opere de forma plena, é preciso que o regime de chuvas na bacia do manancial se normalize. (Foto: Divulgação)
Já as represas do Sistema Acari (Tinguá, Xerém, Rio D’Ouro, São Pedro e Mantiquira), que abastecem parte da Baixada Fluminense, enfrentam estiagem histórica. As unidades captam água em mananciais menores, cuja disponibilidade depende diretamente do volume de chuvas para garantir a operação total do sistema.
A concessionária Águas do Rio, responsável pela rede de distribuição na região afetada, realiza manobras para direcionamento da água do Sistema Guandu — que opera com 100% da capacidade — para as localidades atendidas.
Seca
Durante o período de estiagem, a Cedae solicita aos consumidores que usem água de forma equilibrada, adiando tarefas não essenciais que demandem grande consumo.
Nesta quarta-feira (11), a cidade do Rio chegou ao estado de emergência para a baixa umidade, estabelecido pela Organização Mundial de Saúde quando o índice fica abaixo de 12%. O sistema Alerta Rio, da prefeitura, registrou umidade de 11,8% às 14h50, na estação de Irajá, na zona norte. Por volta do mesmo horário, os termômetros marcavam 40,4 °C — a maior temperatura deste inverno.
Entre quinta e sexta-feira, a previsão é de que o calorão continue e sem chuva. A umidade relativa do ar poderá apresentar valores entre 21% e 30% no período da tarde em algum ponto da cidade nestes dias.
Outra preocupação é com o risco de incêndios, considerado alto e muito alto em todo o estado do Rio no último relatório do Cemaden-RJ (Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), da Defesa Civil.
Foram 760 queimadas registradas desde janeiro de 2024. Esse é o maior número registrado nos últimos dez anos, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Só esse mês, foram 55 registros.
O resultado é uma fumaça de poluição no horizonte e uma pior qualidade do ar. A qualidade está, segundo o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), entre moderada e ruim.
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