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Vivian Mesquita

Apresentadora, Repórter e Editora Chefe Executiva com passagens pela Editora Abril, Rede Globo e Canais ESPN Disney. Especialista em esportes de ação em mercado mundial. Profissional com formação consolidada na área de mídia e conteúdo esportivo, com mais de 20 anos de experiência em TV. Relacionamento sólido com a comunidade criativa local, produtoras, talentos, atletas, marcas e mídia. Habilidades em gestão de equipes, processos organizacionais e comunicação. Apresentadora do ICL Notícias - 1ª Edição.

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Seja uma boa garota!

A história traz de maneira clara e violenta o dilema de muitas mulheres nas relações pessoais e de trabalho.
17/10/2023 | 10h54

Cresci em uma família católica por parte de mãe. Todas as noites durante minha infância e adolescência, eu ouvi: “Deus te abençoe e te faça uma santa”!

Alanis Morissette, cantora canadense – que vem ao Brasil em novembro para uma série de shows -, em sua canção “Perfect”, diz: “Seja uma boa garota. Você tem que tentar um pouco mais, não foi boa o suficiente para nos deixar orgulhosos”.

Passei anos de minha vida tentando me encaixar em espaços em que eu não cabia, para “ser” ou “parecer” perfeita, quase uma santa. Óbvio que não deu certo, não cheguei nem perto, ainda bem. Cansei de me encolher em relações, trabalhos e situações, porque ser grande parecia ofensivo – especialmente para uma mulher jovem.

Resolvi trazer esse tema hoje, em minha coluna de estreia no site do ICL, porque vivo rodeada por mulheres que se sentem exaustas com metas inalcançáveis, cheias de culpa achando que falham todos os dias tentando ser competentes, lindas, boas filhas, mães, companheiras, amigas… a lista é interminável. Ensinaram pra gente que a mulher moderna tem que ser foda. É isso que se espera. Mas não dá pra ser foda todo dia, não rola!

Assisti ontem na Netflix o filme “Jogo Justo”, da diretora Chloe Domont. É um thriller estrelado por Phoebe Dynevor (“Bridgerton”), que faz o papel de Emily, uma mulher ambiciosa que trabalha numa empresa de fundos de investimentos. A história traz de maneira clara e violenta o dilema de muitas mulheres nas relações pessoais e de trabalho. Ser promovida, ter sucesso e grana, coisas absolutamente normais para homens, é, muitas vezes, uma condenação ao abandono, desamor e violência.

Eu estou viciada no podcast “ Wiser than me“ (Mais sábia que eu), da atriz Julia Louis-Dreyfus (Seinfeld), em que entrevista e toma lições de vida de mulheres mais velhas e, portanto, mais sábias. No episódio com a atriz Jane Fonda – que aliás é hilário, genial e inspirador -, elas falam sobre a diferença entre o significado de ambição para homens e mulheres. Enquanto homens ambiciosos são admirados, mulheres são vistas como perigosas, alguém pra se evitar e sair da frente!

Pois é, longe de ser uma santa, hoje, depois de muita psicanálise, ainda me vejo em embates internos para atender à demanda dos outros ou aos meus desejos internos. Já não me encolho tanto, prefiro relações pessoais e profissionais onde ser quem eu sou seja valorizado e apreciado. E na dúvida eu sempre me pergunto: “isso é bom pra mim”?

Para finalizar, sobre aprender a impor limites, mais uma lição que aprendi com Jane Fonda, que aprendeu com a escritora francesa Annie Stora-Lamarre: “Não” é uma sentença completa!

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