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Sem água, escolas do Rio suspendem aulas e TJ cancela expediente presencial

Na terça, uma adutora se rompeu e causou a morte de uma mulher 80 anos
29/11/2024 | 21h44

Por Yuri Eiras

(Folhapress) — A falta de água em boa parte da cidade do Rio de Janeiro e municípios da Baixada Fluminense afeta escolas, postos de saúde, universidades e o Tribunal de Justiça do Rio nesta sexta-feira (29). Muitas universidades suspenderam aulas e o tribunal cancelou o expediente presencial dos servidores.

O abastecimento na cidade é afetado desde a terça (26), quando houve paralisação do Sistema Guandu para manutenção anual realizada pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos).

O prazo para normalização era de 22 horas, mas a distribuição de água segue prejudicada, porque apesar de o Sistema Guandu ter voltado a operar com 100% da capacidade na quinta (28), segundo a Cedae, as concessionárias ainda faziam serviço de melhoria da rede, o que tem demorado para normalizar o abastecimento.

Desde 2021, ano da até então maior concessão de serviços de água e esgoto do Brasil, as concessionárias são responsáveis pelo tratamento e distribuição da água, e a Cedae faz a operação dos sistemas.

A Águas do Rio, concessionária responsável por boa parte da capital e municípios da região metropolitana, deu prazo até domingo (1°) para a normalização total, podendo levar mais tempo em áreas altas e nas pontas da rede de distribuição.

O Rio alcançou a maior temperatura do ano nesta quinta, com 43,2 °C em Guaratiba. Na escala de calor de 1 a 5, criada pela prefeitura em julho, o Rio chegou ao nível 3 pela primeira vez. Nesta sexta, com o tempo nublado e previsão de chuva, retornou ao nível 1.

Além da manutenção da Cedae, a Águas do Rio precisou fazer reparo emergencial em uma rede de distribuição na zona portuária que afetou ainda mais o centro, zona sul e zona norte.

Com o problema emergencial 20 bairros foram prejudicados, entre eles Botafogo, Laranjeiras, Maracanã e Tijuca. A Águas do Rio disse que o fornecimento “está em processo de normalização”, o que significa que a água volta aos poucos.

Também há relatos de falta d’água em bairros da zona oeste cuja distribuição é responsabilidade da concessionária Rio+Saneamento.

Fora da capital, o abastecimento está afetado nos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Na quinta, faltou água na ilha de Paquetá e nas cidades de Japeri, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá por conta de outro problema, a queda no fornecimento de energia.

Unidades da rede municipal de saúde do Rio estão com serviços prejudicados. Algumas clínicas e postos têm funcionamento parcial. “O problema é sério e começa a se agravar em algumas unidades”, afirmou a secretaria de Saúde, em nota.

Em publicação no X, o prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD) disse que pediu ao Procon carioca “rigor em relação a concessionária para aplicar as devidas punições”.

“Não bastasse o transtorno que está causando à população em várias áreas da cidade, existem prédios como hospitais e clínicas que passam por situações que implicam inclusive em risco de vida pela demora na normalização do abastecimento”, escreveu Paes.

falta água

Escolas foram impactadas pela falta d’água em 22 bairros

Algumas escolas municipais adotaram atendimento remoto aos alunos, e outras solicitaram carros-pipa. A secretaria municipal de Educação diz que escolas foram impactadas pela falta d’água em 22 bairros, alguns populosos como Campo Grande, Maré e Cidade de Deus.

Campo Grande, o bairro mais populoso, tinha mais de 350 mil moradores no Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, suspendeu expediente presencial nesta sexta (29).

Universidades como Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) também suspenderam as aulas nos campi.

Na terça, uma adutora se rompeu em Rocha Miranda, na zona norte. O rompimento causou a morte de uma mulher 80 anos, deixou estragos na rua e afetou o abastecimento. A Águas do Rio investiga o rompimento, mas menciona a idade do sistema como uma das causas. A canalização de concreto que passa pela região é de 1949.

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