Morreu hoje, aos 85 anos, o sociólogo italiano Domenico De Masi. A notícia foi divulgada pelo jornal Fatto Quotidiano, onde De Masi era diretor. O professor emérito de Sociologia da Universidade “Sapienza” de Roma morreu após uma doença não divulgada que teve progressão rápida e grave. De Masi foi um dos mais importantes estudiosos de sociologia da Itália e em sua carreira tratou da sociologia do trabalho e das organizações, sistemas urbanos e outros temas, publicando muitos livros. Sua obra “O Ócio Criativo”, lançado em 1995, tornou-se best-seller internacional e bateu recorde de venda no Brasil. Isso o tornou conhecido pelas inúmeras aparições na TV.
De Masi deu uma aula em junho para alunos do Instituto Conhecimento Liberta sobre o conceito de “ócio criativo” e respondeu a perguntas de Eduardo Moreira, criador do instituto, e do sociólogo Jessé Souza. A aula foi assistida por quase 180 mil pessoas.
Nascido em Rotello, na província de Campobasso, em 1938, Domenico De Masi cursou o ensino médio em Caserta e formou-se em Direito pela Universidade de Perugia. Após a formatura teve sua primeira experiência no exterior, com o doutorado em Sociologia do Trabalho em Paris , sob orientação de Alain Touraine.
Desenvolveu uma paixão pela sociologia aplicada a processos reais e estudou os processos de trabalho diretamente na fábrica. Com o passar dos anos, ele foi apelidado de “sociólogo dos trabalhadores”.

Lula e o sociólogo Domenico De Masi – Foto: Ricardo Stuckert
Mas Domenico De Masi sempre foi um grande observador e antecipador de novidades. Ele analisou o fenômeno do trabalho inteligente. Nos últimos anos de carreira criou a Associação Italiana de Formadores, a consultora S3Studium e a Scuola del Fatto, focada na temática do trabalho.
No Brasil, DeMasi se tornou uma figura muito ouvida pelo Partido dos Trabalhadores e pelo próprio Lula, a quem o sociólogo visitou quando estava preso, em Curitiba, na sede da Polícia Federal, por determinação do ex-juiz Sergio Moro.
Acima de tudo, ele “se apaixona” pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, de quem guardou uma frase que viu afixada em lugar bem visível em seu ateliê: “O que importa não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e o mundo injusto que devemos mudar.”
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