Por Cleber Lourenço
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) atribuiu a retirada de apoio do Podemos ao Projeto de Lei da Anistia a um “ato político” motivado por “insegurança com relação ao texto”. A afirmação foi enviada ICL Notícias como resposta ao questionamento feito sobre o recuo do partido, que se deu em meio à crescente pressão de parlamentares e setores da sociedade civil contrários a uma anistia ampla.
“Eu tenho convicção que o Podemos retirou essas assinaturas por um ato político, por insegurança com relação ao texto”, disse Sóstenes. Para o parlamentar, a definição urgente de um relator para a proposta será decisiva para reconquistar o apoio de deputados que demonstraram resistência. Segundo ele, a ausência de um texto finalizado e claro acabou provocando insegurança entre lideranças partidárias.
Sóstenes defende que o novo texto da anistia deve ser “conciso” e “compacto”, limitando-se a tratar dos fatos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 e responsabilizando apenas quem depredou o patrimônio público. “Quando Podemos e outros partidos verem um texto conciso, um texto compacto, contemplando só o 8 de janeiro e quem depredou o patrimônio público for responder por eles, não só o Podemos volta a assinar, como nós vamos passar de 310 votos”, afirmou o deputado.
A alegação chama a atenção, já que o teto original do projeto contempla não só atos criminosos durante 8 de janeiro, como antes também e, além disso, beneficiaria Jair Bolsonaro e aliados mais próximos que são tidos como mentores da tentativa de golpe, segundo a Polícia Federal.
Apoio ao PL da Anistia
O deputado reforçou que o movimento de retirada de apoio é passageiro e manifestou esperança na recomposição da base de apoio ao PL da Anistia nas próximas semanas.
“Isso é só uma questão de tempo”, avaliou. Ele também pediu que o Podemos volte a defender a proposta o quanto antes para fortalecer a articulação em torno da anistia: “A gente respeita a posição do Podemos, mas solicitamos que eles, o quanto antes possível, voltem a defender a Anistia”.
Apesar da retirada de assinaturas de parte da bancada do Podemos, o requerimento de urgência para o PL da Anistia ainda possui o número mínimo de adesões necessárias para a tramitação, já que o pedido já foi protocolado.
A decisão sobre levar ou não o projeto ao plenário caberá ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ainda avalia o melhor momento político para a votação.
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