Por Francisco Lima Neto
(Folhapress) — Esteliano José Madureira, de 43 anos, suspeito de assassinar a estudante da USP (Universidade de São Paulo) Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, foi encontrado morto, com sinais de tortura, na zona sul de São Paulo, na noite desta quarta-feira (23), segundo a Polícia Civil.
O corpo dele estava na avenida Morumbi, a cerca de 30 km de onde a estudante foi localizada, envolto por uma lona. O corpo de Madureira, de acordo com o boletim de ocorrência, estava com as pernas amarradas por um pano, e apresentava mais de dez “lesões pérfuro-contusas” no tórax, abdômen, na altura da cintura, costas, nuca e região anal. Esse tipo de lesão geralmente é causada por arma de fogo, mas a confirmação ocorrerá após exame do IML (Instituto Médico Legal).

Esteliano José Madureira, 43, identificado como suspeito de ter assassinado a estudante Bruna Oliveira da Silva, 28. (Foto: Divulgação/SSP)
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) faziam diligências para encontrá-lo, após a Justiça acatar o pedido de busca e apreensão e de prisão temporária contra o suspeito.
Na residência do suspeito foram apreendidos diversos objetos que foram encaminhados para perícia.
Madureira foi identificado após a Polícia Civil divulgar o retrato falado dele. Em 2008, o homem chegou a ser suspeito de roubo, mas foi absolvido. A Folha não conseguiu contato com a defesa até a publicação deste texto.
Bruna foi encontrada morta, na noite de quinta-feira (17), em um estacionamento na região da Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo.
A jovem estava desaparecida desde domingo (13) quando foi de metrô do Butantã, na zona oeste, até a estação Corinthians-Itaquera da linha 3-vermelha, na zona leste.

Bruna foi encontrada morta, na noite de quinta-feira (17), em um estacionamento na região da Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo. (Foto: Reprodução)
Na estação, Bruna disse ao namorado que não tinha como chegar em casa e que estava com pouca bateria no celular. Ele fez uma transferência de dinheiro para que ela pudesse pedir uma viagem por aplicativo para completar o trajeto. A partir daí, a família não teve mais notícias dela.
Uma câmera de segurança registrou o momento em que a estudante saiu sozinha da estação. Desde então, os policiais tentavam traçar os últimos passos dela. A polícia teve acesso a uma imagem que mostra um homem caminhando na direção de Bruna e a abordando.
Bruna era formada em Turismo na EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades), conhecida como USP Leste. Recentemente, ela havia sido aprovada no mestrado do programa de pós-graduação em mudança social e participação política da mesma unidade. Em nota, a direção da EACH-USP lamentou a morte da estudante.
Segundo a mãe, a jovem foi professora de inglês em colégios particulares e também dava palestras, inclusive fora de São Paulo. Ela deixa um filho de sete anos, os pais e dois irmãos.
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