Por Catarina Scortecci e Renata Galf
(Folhapress) — O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) começa a julgar nesta segunda-feira (1°) ação eleitoral que pode cassar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por suposto abuso de poder econômico.
Encabeçadas pelo PL de Jair Bolsonaro e pela federação do PT de Lula (contendo ainda o PC do B e o PV), as representações, que tramitam em conjunto, apontam que o parlamentar teria feito gastos excessivos no período da pré-campanha eleitoral ligada ao pleito de 2022, o que a defesa do senador nega.
O primeiro a votar é o relator e os demais magistrados podem pedir vista (mais tempo para análise).
Se condenado, o ex-juiz perde o mandato e se torna inelegível a partir de 2022, o que o impossibilitaria de concorrer a pleitos até 2030. Ainda, seriam realizadas novas eleições para a cadeira do Senado.
TRE: se condenado, Moro pode recorrer
Cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e os efeitos da decisão só passam a ser válidos após o esgotamento dos recursos.
Segundo as siglas, a campanha de Moro ao Senado se beneficiou da pré-campanha à Presidência da República, quando o ex-juiz da Operação Lava Jato estava no Podemos.

TRE: Corte inicia julgamento de Sergio Moro (Agência Brasil)
Para elas, o fato de o candidato ter ido à União Brasil e tentado a vaga no Congresso Nacional em vez do Palácio do Planalto tornou os gastos “desproporcionais”, o que teria suprimido a chance dos outros concorrentes à vaga no Legislativo.
O Ministério Público Federal também vê abuso de poder econômico e, em parecer assinado em dezembro de 2023, defendeu a cassação de Moro.
LEIA TAMBÉM
Entrevista com Tony Garcia, homem que denunciou fraudes de Moro ao STF
Relacionados
Glauber diz que processo de cassação é farsa articulada por Lira e que resistirá até o fim
Deputado do PSOL afirma que relator ignorou a defesa, acusa o Novo de servir como instrumento de Lira e promete judicializar se for cassado
STF retoma julgamento da ADPF das Favelas
Medidas restringem operações da Polícia Militar do Rio de Janeiro
Advogada de homem perseguido por Zambelli diz que deputada tenta inverter narrativa
Dora Cavalcanti, que representa Luan Araújo, diz que deputada federal proferiu mentiras