O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anuncia nesta quarta-feira (02) o “tarifaço” anunciado desde sua posse, em 20 de janeiro. Trump está chamando esta data de “dia da libertação”. A Casa Branca considerou a divulgação de hoje “uma das datas mais marcantes da história moderna”.
A justificativa de Trump para o aumento das taxas para entrada nos EUA de produtos estrangeiros seria que os EUA “saem perdendo” nas relações comerciais com outros países. Para o presidente norte-americano, países que cobram mais taxa de importação seriam injustos e o objetivo é fazer a economia americana ficar novamente forte.
O governo prevê que as novas tarifas poderiam aumentar em mais de US$ 6 trilhões a receita que pode ser levada aos norte-americanos como uma espécie de “reembolso”, mas não há detalhes de como isso ocorreria.
A taxas anunciadas hoje devem ser, em média, de 20% — exceto a dos veículos, confirmada pelo presidente em 25%. Além das tarifas que entram em vigor já nesta quarta-feira (2), a taxa de 25% sobre importação de veículos estrangeiros deve começar só na quinta-feira (3).
O presidente dos EUA já aumentou as tarifas de importação de produtos da China, alguns do México e Canadá. Além de algumas tarifas que afetam outros países, o governo americano já taxou em 10% energia elétrica importada do Canadá, e todos os produtos da China em 20%.

O México, ao lado de China e Canadá, é um dos países que já tiveram aumento de taxas (Foto: AFP)
Tarifas de aço e alumínio preocupam Brasil
A principal medida que afetou o Brasil foi a taxação do aço e alumínio, em 25%. Em contrapartida, o Brasil pode aumentar taxas de importação de vários produtos norte-americanos em até 35% sem infringir acordos comerciais da OMC (Organização Mundial do Comércio). O etanol também está na mira. Trump já disse que o Brasil cobra 18% de taxa de importação do produto americano, enquanto os EUA cobram apenas 2,5%.
Há um receio entre os líderes internacionais de que as taxas podem ser recíprocas. O Canadá, por exemplo, cobra 250% de taxa de importação de produtos lácteos americanos. Em teoria, os EUA podem cobrar o mesmo valor.
Segundo a Casa Branca, os valores serão cobrados imediatamente após o anúncio oficial de Trump. Há um evento previsto hoje para o Rose Garden, um dos jardins da sede do governo americano.
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