Em artigo publicado neste domingo (22), o correspondente do jornal estadunidense Washington Post, Terrence McCoy, abordou o impasse entre o bilionário Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes envolvendo a proibição do funcionamento da plataforma “X”, antigo Twitter, no Brasil.
De acordo com o artigo, Musk capitulou às exigências de Moraes, demonstrando o limite da resistência do americano contra a autoridade judicial brasileira. A rede social X afirmou, na última sexta-feira (20), que tomou medidas para cumprir com as demandas do STF para acabar com o impasse que afastou a empresa de um dos seus principais mercados.
Dentre as medidas tomadas pela plataforma de Elon Musk, estão a nomeação de um representante legal no Brasil e bloquear contas de acusados de propagar desinformação e atentar contra a democracia brasileira. Moraes solicitou, ainda, no último sábado (21), documentos adicionais, dando um prazo de cinco dias para a regularização da situação do “X” no país.
“A conformidade judicial do X equivale a nada menos que uma capitulação do magnata bilionário da tecnologia, que procurou assumir o manto global de campeão da liberdade de expressão da direita desde que assumiu a rede social em 2022. No Brasil, um dos mercados mais ativos do X, Musk encontrou não apenas um campo de batalha para travar sua campanha ideológica, mas talvez seu oponente político mais difícil em Moraes”, diz o jornal.
Washington Post: Musk e Moraes
O artigo do Washington Post menciona, ainda, as diferenças entre o bilionário Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes. “Os homens são opostos”, resume.
“Musk é um bilionário que corteja controvérsias e os holofotes. Moraes, um jurista austero, se comunica quase exclusivamente com o mundo na densidade legal de suas ordens judiciais. (…) Musk supervisionou o afrouxamento das proteções de discurso no X, pressionou por uma rede onde quase tudo é permitido e se aproximou de figuras políticas acusadas de usar desinformação para aumentar seu poder”, diz o artigo.
“Moraes, através de seu papel como chefe da investigação da Suprema Corte Brasileira sobre notícias falsas nas mídias sociais, se transformou em um dos combatentes contra a desinformação mais agressivos do mundo”, completa.
O jornal relembra, ainda, os embates públicos entre Elon Musk e Alexandre de Moraes. O americano chegou a chamar Moraes de ditador e o ridicularizou como um Lord Voldemort brasileiro, o vilão da série Harry Potter. O ministro incluiu Musk como alvo em uma investigação criminal, vinculado às “milícias digitais”.
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