
General Augusto Heleno. Foto: José Cruz/ Agência Brasil
Alvo da investigação que apura tentativa de golpe de Estado, o general Augusto Heleno — ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional no governo de Jair Bolsonaro — tem frequentado espaços públicos de Brasília com frequência nas últimas semanas.
Nesta segunda-feira (19/2), Heleno foi visto no Brasília shopping, um dos mais famosos da região central da capital federal. Acompanhado de sua esposa, ele esteve em pelo menos dois estabelecimentos, entre eles as Lojas Americanas. Fez uma visita rápida à seção de roupas e cosméticos, mas não comprou nada. Abordado por uma pessoa no corredor de saída da loja de departamento, Heleno trocou poucas palavras e em seguida saiu apressado.
Uma vendedora de uma loja de cosméticos contou que viu o general em outra ala do shopping, onde parecia procurar roupas para comprar. A vendedora disse que já tinha visto Heleno no local, mas ficou surpresa, pois, ao contrário da primeira vez, o ex-ministro de Bolsonaro passou despercebido: “(Na outra oportunidade) Vi gente tirando foto com ele. Agora, nem minhas colegas de trabalho sabiam quem era”, contou.
No sábado de carnaval, dois dias após a mega operação da Polícia Federal (PF), da qual Heleno foi um dos alvos de busca e apreensão, ele esteve em um supermercado, também na região central de Brasília. Uma fonte relatou o episódio à coluna: “General Heleno aqui no Carrefour… comprando whisky… whisky vagabundo, aqueles baratos”, escreveu o interlocutor por meio de mensagem no WhatsApp.
Além da investigação sobre tentativa de golpe de Estado, Heleno também é alvo de inquérito que apura um suposto esquema de uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar e espionar ilegalmente autoridades. A Abin era subordinada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pasta ocupada por Augusto Heleno durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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