Além de narrar um mundo invariavelmente cheio de guerras, o tempo todo estamos travando e narrando nossas próprias guerras cotidianas. O emprego, o salário, a renda. A pílula, o concurso, a trincheira. O amor, os filhos, os pais que se foram. Uma vida feita de amores e dores incuráveis.
Muitos vaticinaram um novo e acelerado tempo pandêmico. Ele aí está, mais pleno do que nunca, mais insolente que Napoleão olhando as pirâmides, mais terrível que as masmorras da Inquisição, mais aterrador que os campos de concentração, mais desolador que o banho de sangue na Faixa de Gaza.
Que horror! O tempo, o tal do senhor tão bonito quanto temível, tempo dos escombros do mundo, tempo do capital 24 horas e 7 dias por semana. O tempo nunca foi teu, outro dia foi de Deus, depois da escola, da fábrica, do exército, da glória nacional, da bomba atômica e da indústria cultural. Tempo do fim e sem fim. Hoje o tempo finge que é teu, pra te vender de volta o que te deu: nada!

Charlie Chaplin em “Tempos Modernos”, numa das cenas mais emblemáticas da história do cinema. 1936. Fonte: “Artistas Unidos, Domínio público, via Wikimedia Commons.”
(Para Aladim, irmão conhecedor do tempo do mundo).
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