Em ofício enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Jair Bolsonaro afirmou ser “ilógico” sugerir que o ex-presidente se hospedou por duas noites na Embaixada da Hungria com o objetivo de pedir asilo ou tentar fugir do Brasil.
“Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário [Bolsonaro] à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, diz o ofício.
No documento, os advogados afirmam que o ex-presidente tem amizade com autoridades húngaras e ficou hospedado na embaixada para tratar de temas políticos.
“O ex-presidente, ora peticionário — como é de conhecimento público —, tem uma agenda de compromissos políticos, nacional e internacional, que, a despeito de não mais ser detentor de mandato, continua extremamente ativa, inclusive em relação a lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador”, afirmam os advogados.
Bolsonaro na embaixada
Na segunda-feira (25), o jornal The New York Times revelou que Bolsonaro foi para a Embaixada da Hungria quatro dias após ser alvo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro pela Polícia Federal (PF), e ter o passaporte apreendido.
A defesa argumenta ainda que “são equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada pelo jornal norte-americano, no sentido de que o ex-presidente tinha interesse em alguma espécie de asilo diplomático, conclusão a que se chega bastando considerar a postura e atitude que sempre manteve em relação às investigações a ele dirigidas”.
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