Por Igor Mello
O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, recebeu R$ 322 mil em depósitos não identificados em dinheiro vivo em 3 anos e 9 meses, mostra relatório de inteligência financeira do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeira) mencionado pela Polícia Federal no relatório sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Rivaldo foi preso por participação no crime.
Segundo a PF, Rivaldo Barbosa transformou a Delegacia de Homicídios, unidade que comandou, em um “balcão de negócios” do crime, com diversas denúncias de recebimento de propina. De acordo com os investigadores, ele teria usado duas empresas para lavar o dinheiro obtido com o crime organizado.
O relatório do COAF aponta que duas contas bancárias pertencentes a Rivaldo e à sua mulher, Erika Andrade de Almeida Araujo, movimentaram um total de aproximadamente R$ 3,2 milhões entre 20 de junho de 2016 e 31 de março de 2020.
Os R$ 322 mil estão identificados como depósitos em espécie não identificados. Esse tipo de marcação ocorre, por exemplo, quando depósitos são feitos em dinheiro vivo na boca do caixa. Autoridades que atuam no combate à lavagem de dinheiro consideram que esse é um método utilizado para esconder a origem dos recursos.
Rivaldo e a mulher ainda receberam outros R$ 205 mil em dinheiro vivo das duas empresas que fundaram, segundo a PF, para lavar dinheiro — elas seriam de fachada, segundo os investigadores.
O casal ainda sacou R$ 113 mil em dinheiro vivo, movimentando um total de R$ 640 mil em espécie no período abrangido pelo relatório.
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