Brasileiros abrigados na escola católica Sister Rosary School, na cidade de Gaza, temem ter que deixar o local antes mesmo da abertura de um corredor humanitário. A brasileira Shaed Albanna, de 18 anos, disse à Agência Brasil que eles foram informados de que o lugar não é mais seguro e terão de seguir a qualquer momento para o sul da Faixa de Gaza. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil ainda não confirmou a informação.
Desesperada, Shaed Albanna contou que há cerca de 30 pessoas na escola. Dez são brasileiros que desejam repatriação. Eles fazem parte do grupo de 22 pessoas que pediram evacuação (dez crianças, sete mulheres e cinco homens). De acordo com o Itamaraty, dos 22, doze aguardam socorro fora da escola, na cidade de Khan Younes, sul de Gaza.
Shaed nasceu no Brasil e foi à Gaza com a irmã, de 13 anos, para visitar a mãe que estava doente e faleceu de câncer. Elas estão ainda acompanhadas pela avó. “A escola não é mais um lugar seguro. Os israelenses estão entrando pelo país, todo mundo está saindo fugindo. Eu não quero morrer”, relatou, chorando.
Israel informou aos agentes das Nações Unidas que a região norte da Faixa de Gaza, onde vivem 1,1 milhão de pessoas, deve ser evacuada em 24 horas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou para a ordem seja revista porque não há tempo hábil para retirar todo mundo e teme a escalada da crise humanitária.
“Como é que 1,1 milhões de pessoas poderão atravessar uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas? Estremeço ao pensar quais seriam as consequências humanitárias da ordem de evacuação”, afirmou Martin Griffiths, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente de Israel, Issac Herzog, e apelou para que seja aberto um corredor humanitário que permite às pessoas saírem da Faixa de Gaza.
Informações da Agência Brasil
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