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Macron deve admitir derrota e chamar esquerda para governo, diz Mélenchon

Líder do partido socialista França Insubmissa destacou papel de oposição ao governo Macron
07/07/2024 | 16h48

Em seu primeiro pronunciamento após as pesquisas indicarem uma virada surpreendente com vitória da coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), o ex-candidato a presidente Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa, conclamou o presidente da França, Emmanuel Macron, a admitir sua derrota. Ele afirmou que a NFP está pronta para assumir o governo.

No discurso, Mélanchon cobrou também a demissão do primeiro-ministro, Gabriel Attal. No regime francês, o cargo equivale a um chefe dos ministros, abaixo do presidente.

“O chefe de Estado [Macron] deve se curvar e admitir essa derrota. O primeiro-ministro deve sair. Macron deve chamar a Nova Frente Popular para governar. Estamos prontos para isso e aplicaremos nosso programa, todo o nosso programa, e nada além do nosso programa”, pregou.

Após cobrança de Mélenchon, Attal anuncia renúncia

Pouco depois do pronunciamento de Mélenchon, o primeiro-ministro Gabriel Attal anunciou que entregará sua renúncia a Macron nesta segunda-feira (8). Ele se prontificou a permanecer no cargo “pelo tempo que for necessário”, tendo em vista a proximidade do início dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 –cuja cerimônia de abertura está marcada para 26 de julho.

Mélanchon ainda destacou o papel de oposição às políticas de austeridade de caráter liberal implantadas por Macron durante seus dois mandatos como presidente.

“Durante 7 anos, lutamos incansavelmente contra as políticas de Macron. Recusamos qualquer aliança com o campo do presidente. Apesar de todos os golpes recebidos, a Nova Frente Popular conquistou esse lugar de destaque graças ao povo”, completou.

Após o discurso de Mélenchon, o primeiro-ministro Attal discursou e garantiu que entregará o cargo amanhã.

O resultado da eleição representa uma derrota do grupo político de Macron, que convocou novas eleições parlamentares após a extrema direita vencer as eleições para o parlamento europeu. Macron esperava que um resultado favorável à sua coalizão isolaria o grupo de Marine Le Pen e reforçaria sua autoridade.

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