Cerca de 60 corpos foram encontrados sob os escombros do bairro de Shujaiya, no leste da Cidade de Gaza, após uma ofensiva do exército israelense na área. A informação foi confirmada pela Defesa Civil da Faixa de Gaza na última quinta-feira (11).
Israel e o Hamas, após mais de nove meses de guerra, se reuniram, mais uma vez, na última quinta sob mediação do Catar, país mediador junto com os Estados Unidos e o Egito, para tentar alcançar um cessar-fogo e a libertação de reféns.
Na noite de quarta-feira (10), o exército de Israel anunciou, de acordo com a agência AFP, que havia completado as operações que lançou em 27 de junho em Shujaiya, no norte da Faixa de Gaza, que permitiram destruir “oito túneis” e eliminar “dezenas de terroristas”.
O exército israelense ordenou, também na última quarta, a evacuação da cidade de Gaza. Após a ação, a Defesa Civil do território palestino afirmou que “cerca de 60” cadáveres foram encontrados em baixo dos escombros.
Exército Israelense
Na última quinta, o exército de Israel afirmou que prossegue suas operações em Rafah, cidade no extremo sul, na fronteira com o Egito. Segundo o comunicado, as tropas “eliminaram dezenas de terroristas”, incluindo Hasan Abu Kuik, descrito como chefe de segurança do Hamas.
Quatro pessoas, entre elas uma criança, foram mortas em ataques israelenses no bairro Tal al Sultan, no oeste da cidade, segundo o hospital Nasser. O Ministério da Saúde informou que um bombardeio israelense contra o campo de refugiados de Nuseirat matou outras quatro pessoas.
Guerra em Gaza
A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo a agência AFP baseada em dados de Israel.
O Exército israelense calcula que 116 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, 42 das quais teriam morrido. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em Gaza que já matou 38.345 pessoas, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.
Biden pede fim da guerra ‘logo’
Em coletiva de imprensa após a cúpula da Otan em Washington na última quinta-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que “progressos” estavam sendo alcançados para colocar um fim à guerra. O país é um dos mediadores que retomaram os esforços para avançar em relação a uma trégua.
“São temas difíceis e complexos. Ainda há lacunas a fechar. Estamos progredindo. A tendência é positiva, e estou determinado a fechar este acordo e acabar com esta guerra, que deveria terminar logo”, declarou a jornalistas.
Um alto funcionário do Hamas, segundo a AFP, indicou no domingo que o seu movimento não exige mais um cessar-fogo permanente antes de iniciar negociações para libertar os reféns.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu que Israel exige manter o controle do corredor da Filadélfia, de uma área da Faixa de Gaza que faz fronteira com o Egito, a qual foi tomada pelas tropas israelenses em maio, para evitar o “contrabando de armas” do Hamas. O Hamas exige que o Exército israelense evacue a área.
O chefe do Mossad (serviço de inteligência israelense), David Barnea, e o diretor da CIA, William Burns, estiveram em Doha para manter negociações indiretas.
O gabinete de Netanyahu anunciou o retorno da delegação israelense e indicou que uma equipe liderada pelo chefe do Shin Bet, a agência de segurança interna de Israel, e representantes do Exército, está programada para partir nesta quinta para o Cairo para “prosseguir com as conversas”.
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