A atleta argelina Imane Khelif foi alvo de uma onda de fake news envolvendo sua participação nas olimpíadas. Com ataques oriundos no Brasil de atores ligados ao bolsonarismo e a extrema-direita, a boxeadora registrou mais de 70 mil ocorrências com o termo “trans” nas últimas 24h. O movimento que ganha caráter internacional é também uma “solução” encontrada pela extrema direita para tentar incidir no debate que domina as redes sociais nos últimos dias: os jogos olímpicos. Vale ressaltar que essa não foi a primeira ofensiva por este flanco, tendo em vista que este mesmo agrupamento já tentou sequestrar o debate sobre a abertura dos jogos olímpicos.
A abordagem em destaque trata da acusação falsa de que Khelif seria uma mulher trans, vista em 40% das ocorrências analisadas. O desmentido oficial e a defesa da boxeadora foram responsáveis por 30% das ocorrências, pautadas principalmente pela atuação de organizações oficiais nas redes sociais. O buzz gera ainda um debate sobre a elegibilidade da atleta, as regras e a questão da testosterona. Ainda assim, esse debate representa apenas 15% das ocorrências analisadas no período.

No Brasil, ao analisarmos os termos mais utilizados pelos atores que atacaram a pugilista argelina para se descreverem, observamos um perfil muito específico de usuário.
Ao analisarmos a bios dos usuários que disseminam o conteúdo falso, registramos um padrão bastante comum no debate político brasileiro: DEUS, FAMÍLIA, BRASIL, PATRIOTA, LIBERDADE, PÁTRIA, CONSERVADOR, CRISTÃO, JESUS e BOLSONARO são os termos mais utilizados por estes usuários para se autodescrever no X (Twitter).
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