No princípio, era uma só entre 20 homens. Quase duas décadas depois, elas dividem quase ao meio, com eles, o palco do Prêmio Congresso em Foco, que elege anualmente os melhores parlamentares do Congresso Nacional. A cerimônia de premiação dos vencedores da 17ª edição será na próxima quinta-feira (29).
Mesmo representando menos de 20% do Congresso Nacional, a presença das mulheres tem aumentado. No ano passado, a bancada feminina teve presença recorde entre os premiados.
Entre os 78 nomes agraciados, 33 (42%) eram de mulheres. Elas ainda ficaram na primeira colocação em metade das 18 categorias em disputa.
Protagonismo
Números expressivos para um Congresso em que as mulheres ocupam cerca de 17% das cadeiras. Afinal, a cada edição aumenta a presença de deputadas e senadoras na relação de Melhores da Câmara e Melhores do Senado e dos destaques nas categorias especiais em disputa.
Desde a primeira edição do prêmio, 66 deputadas e senadoras foram premiadas em 298 ocasiões, independentemente da classificação ou da categoria disputada. No mesmo período, 254 homens foram distinguidos 925 vezes.
No primeiro ano do Prêmio Congresso em Foco, em 2006, a então senadora Heloisa Helena (AL) era a única mulher entre os 20 premiados.
É de uma deputada outro feito: Luiza Erundina (Psol-SP) é a única a parlamentar premiada em 15 das 16 edições já realizadas. Erundina é a mulher mais vezes contemplada, foram 28 ao todo.
Erundina é seguida por Tabata Amaral (PSB-SP), com 18 distinções, e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), com 17.
Júri especializado
Em seu primeiro ano de mandato, em 2019, Tabata ganhou o prêmio de melhor na Câmara, na avaliação do júri especializado. O mesmo júri deu por quatro anos o prêmio de melhor no Senado para Simone Tebet (MDB), atual ministra do Planejamento.
No ano passado, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) foi a mais bem avaliada por jornalistas e pelo júri. Já a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) foi a vencedora da internet na Câmara.
Entre outros nomes que já levaram o primeiro lugar estão as ex-senadoras Marina Silva (Rede-AC) e Ana Amélia Lemos (PSD-RS) e a deputada Carla Zambelli (PL-SP).
A primeira mulher a conquistar o prêmio de melhor da Câmara pela votação popular foi Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), em 2009. Naquele mesmo ano Marina Silva foi escolhida como a melhor do Senado pelos jornalistas que cobrem o Congresso.
Então com 28 anos, em sua estreia no Congresso, Manuela destacou, em seu discurso de agradecimento, a importância de se aumentar a participação feminina na política.
Participação
Atualmente, a participação das mulheres nos parlamentos é de 26,4% em todo o mundo, segundo a União Interparlamentar (UIP), uma organização global. Para alcançar a média mundial, o Brasil deveria ter pelo menos 135 deputadas.
Em 2022, foram eleitas 91 deputadas (17,7%), um salto em relação à legislatura anterior, que tinha 77. No Senado hoje, entre titulares e suplentes no exercício do mandato, elas ocupam apenas 13 das 81 cadeiras.
O ranking da mesma instituição coloca o Brasil no 146° lugar na participação de mulheres entre os 193 países analisados. Na América Latina, Cuba e México têm os melhores desempenhos, com 53,4% e 50% dos assentos parlamentares ocupados por mulheres. Os dados são de agosto de 2022.
Calendário político
Em sua 17ª edição, o Prêmio Congresso em Foco já entrou para o calendário da política brasileira. A cerimônia de premiação contemplará os melhores parlamentares na avaliação do público em geral, do júri especializado e de um grupo de jornalistas que cobrem as atividades da Câmara e do Senado.
Desde a primeira edição, em 2006, 320 congressistas de todas as unidades federativas do país e de 24 partidos receberam, pelo menos uma vez, a premiação mais importante da política brasileira.
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