Hasan Rabee, de 30 anos, passou a ser um dos rostos mais conhecidos dos brasileiros por ser um compatriota preso em Gaza nas últimas semanas. Durante esse tempo, ele compartilhou vídeos relatando em detalhes as angústias do grupo de 34 brasileiros que, finalmente foram autorizados por Israel e pelo Egito a sair do Sul do território bombardeado.
Nesta segunda-feira (13), o grupo de 32 brasileiros — dois desistiram de vir ao Brasil — por fim embarcou no Cairo, Egito, e pela manhã já estava a caminho de Brasília. Antes, seria necessário fazer três paradas em outros países. Eles devem chegar ao Brasil quase de madrugada.
Em entrevista exclusiva ao ICL Notícias, Hasan desabafou sobre os dias em que esteve preso e também ressaltou que existem outras 2 milhões de pessoas que seguem em Gaza, confinadas, enquanto o exército israelense bombardeia cidades sob a justificativa de combate ao Hamas.
“São dois milhões de habitantes. Eu não penso no meu caso. Tem dois milhões de habitantes lá (em Gaza). Ainda bem que a gente tem o governo brasileiro, que eles ajudaram bastante. Mas existem cidadãos que não têm ninguém para ajudar, infelizmente”, disse.
E em meio a esses milhões, o rapaz afirmou que há mais brasileiros em Gaza à espera de serem repatriados.
“Não são 34 pessoas. O governo, tive a informação que o governo está trabalhando na segunda lista para avaliar o caso dessas 54 pessoas. Outras 54 pessoas. Minha mãe e minha irmã, por exemplo. Mas até agora não tem a confirmação”, disse.
GUERRA NÃO É CONTRA O HAMAS
Para Hasan, a guerra declarada por Israel no dia 7 do mês passado não é contra o Hamas, grupo que promoveu atos terroristas contra israelenses ao invadir o país.
“Estão morrendo pessoas inocentes, crianças, civis não têm nada a ver com isso. Eu não acredito que essa guerra seja contra o Hamas. Isso é mentira. Essa é guerra é contra cidadãos palestinos”, acrescentou.
Ao presenciar os bombardeios, o homem disse que a todo segundo o que se pensa é que você pode ser o próximo. “Essas bombas poderiam atingir nossas casas, a minha família. Eles matam palestinos sem pensar nem um segundo.”
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