Uruguai terá 2º turno entre Frente Ampla, de esquerda, e candidato de Lacalle Pou

Yamandú Orsi, da Frente Ampla (coalizão de esquerda e centro-esquerda), e Álvaro Delgado, do governista Partido Nacional, de direita, disputarão segundo turno no Uruguai. A apuração no país terminou na madrugada desta segunda-feira (28). O segundo turno ocorre em 24 de novembro.

Com quase todos os votos apurados, Yamandú Orsi reunia 43,9%, ante 26,7% do candidato governista, apoiado pelo atual presidente uruguaio Lacalle Pou. Quase 90% dos eleitores compareceram para votar no domingo (27).

Andrés Ojeda (Partido Colorado) ficou na terceira colocação, com 16% (384.224). Os outros candidatos tiveram menos de 3% dos votos. Brancos e nulos foram 4,9% (117.946).

Os eleitores que foram às urnas no último domingo também definiram os representantes dos dois parlamentos do país e opinaram em dois plebiscitos. A constituição do Uruguai não permite reeleição.

Eleições no Uruguai

Após o resultado, Yamandú Orsi afirmou que o Uruguai “voltou a ser notícia por sua cultura cívica”. “Somos um grande país onde ninguém aqui é mais que ninguém, um país que tem que crescer graças ao esforço e ao trabalho, e se esforça todos os dias para garantir que ninguém fica para trás. Que ninguém fique para trás, é por isso que queremos vencer”, destacou.

Orsi é o atual prefeito de Canelones, no sul do país. Ele tem um nome influente dentro do partido Frente Ampla, que governou o Uruguai por 15 anos consecutivos. Ele é considerado herdeiro político de Pepe Mujica. Ele é ex-professor de história.

Álvaro Delgado disse que vai reunir a equipe para planejar a campanha rumo ao segundo turno: “Estamos iniciando outra etapa diferente. Esta noite o Uruguai disse que a coalizão é o projeto político mais votado em nosso país”.

Delgado é pupilo do atual presidente, Lacalle Pou. Ele é secretário da presidência no governo. Veterinário de formação, o candidato prega a continuidade do trabalho feito pelo atual governo do país.

Mujica: ‘Talvez seja meu último voto’

Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, que fez um tratamento contra o câncer e se alimenta por sonda gástrica, foi votar em uma cadeira de rodas. ‘Talvez seja meu último voto’, disse Mujica.