ICL Notícias
Pedro Barciela

Autor no blog Essa Tal Rede Social, estuda e atua na área de monitoramento e análise de redes sociais com foco em política e campanhas eleitorais.

Colunistas ICL

De onde parte a ofensiva contra o STF nas redes sociais?

Ofensiva contra o STF nas redes sociais não apresenta elementos de mobilização espontânea
26/11/2023 | 05h21

A morte de uma pessoa presa pelos ataques golpistas de 8 de janeiro mobilizou a base bolsonarista novamente contra o STF, arrefecendo o engajamento com outros temas – como por exemplo, o conflito no Oriente Médio até então usado politicamente pelo campo da oposição para atacar o governo federal. A hashtag #JustiçaPorCleriston se destacou, com o nome de Cleriston sendo citado em 22% das menções ao STF no dia 20/11. O alvo principal dos ataques ao Supremo foi Alexandre de Moraes, citado em 44% das menções neste mesmo período.

No geral, o ímpeto contra o STF se mantém restrito à portais de oposição e atores ligados ao bolsonarismo. Entre os termos mais identificados nas bios dos usuários estão DEUS, PATRIOTA, CONSERVADOR, FAMÍLIA, BOLSONARO, LIBERDADE e BOLSONARISTA.

Termos mais utilizados pelos usuários para se descrever no X (Twitter)

A ofensiva bolsonarista contra o STF seguiu como pauta no dia 21/11, quando além da morte de envolvido nos atos golpistas de 8/janeiro, passou a abordar a “PEC do STF”. Nesse cenário, Moraes seguiu sendo o mais citado (36% das menções), enquanto “limita” foi citado em 8% e PEC em 15%. O mesmo movimento se repetiu em plataformas como Instagram e Facebook, onde as 20+ publicações em volume de interações sobre o tema partiram de atores bolsonaristas. Abordagens como “derrota do governo Lula” e “fim da ditadura do Supremo” são citadas pelos usuários bolsonaristas ao citarem a PEC.

Já no dia 22/11, o atrito entre bolsonaristas e o STF atingiu também o governo federal e sua base no Senado, mas em menor volume nas redes sociais. Em destaque estiveram atores bolsonaristas atacaram diretamente Gilmar Mendes, Barroso e Alexandre de Moraes. No X (Twitter), as 50+ publicações em volume de interações partiram do bolsonarismo. No Instagram, das 50+, apenas quatro publicações partiram da imprensa, enquanto o restante foi produzido por bolsonaristas.

De maneira geral, é inegável que o tema tenha registrado um pico de menções durante a última semana. No entanto, é importante estarmos atentos para o fato de que essa ofensiva parte nas redes sociais quase que exclusivamente de atores bolsonaristas. Não há até aqui nenhum sinal de que o engajamento com o tema tenha extrapolado este agrupamento nas redes sociais que, nos últimos dias, utilizou a morte de Cleriston e posteriormente a votação no Senado para avançar com sua pauta contra o STF nas redes sociais.

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail