Apesar do tom conciliador adotado durante a sabatina, os destaques nas redes sociais foram trechos e recortes de respostas de Flávio Dino e dos senadores durante o episódio. O foco dos antibolsonaristas esteve principalmente no embate com Flávio Bolsonaro, enquanto senadores bolsonaristas promoveram seus próprios recortes sem indícios de conteúdo viral em qualquer um deles.
O pico de menções ao tema é gerado entre 22h e 23h no X (Twitter) e no Google-BR durante o dia da sabatina. A plataforma de buscas ainda registra um movimento interessante: o início de uma “caça às bruxas” por parte da oposição. Em ascensão estão termos como QUAIS SENADORES VOTARAM A FAVOR DE DINO, COMO VOTOU CADA SENADOR e QUEM VOTOU CONTRA DINO.
O “pós aprovação” foi marcado por esse movimento dentro do bolsonarismo: atores deste cluster avançaram contra senadores – em destaque contra Moro e Mourão, entendidos como “traidores” após declarações e foto de conversas via Whatsapp. O nome de Moro atinge o pico de menções justamente após a votação e no momento em que arrefecem as menções à Flávio Dino. Entre 23h e 00h do dia 13/12 o volume de menções ao ministro Dino caiu 40%, o volume de menções ao senador Sérgio Moro cresceu 7%.
Já nas 24h seguintes ao dia da sabatina, o volume de buscas no Google-BR e de menções em plataformas como X (Twitter), Facebook e Instagram arrefeceu. Com essa queda, a indignação e a “caça às bruxas” promovida pelo bolsonarismo se destacaram, e Moro foi o segundo ator mais citado junto ao nome de Dino. O senador paranaense aparece em 22% das menções ao novo ministro do STF, mais do que o termo “comunista” – utilizado para atacar Dino.
o “timming” da derrubada dos vetos permitiu ao campo de oposição uma alternativa para tentar superar o debate sobre Flávio Dino, debate este que causou danos à coesão bolsonarista nas redes sociais. Assim, as quedas dos vetos à desoneração e ao Marco Temporal foram reivindicados como vitórias da oposição nas redes sociais e, consequentemente, derrota do campo governista e antibolsonarista. Daí a importância da frase de Lula sobre o “ministro comunista” nas redes sociais, que aparece atrelada essencialmente a uma declaração de Lula, na qual o presidente afirmou que “Pela primeira vez, conseguimos colocar na Suprema Corte desse país um ministro comunista“. Como era de se esperar, a frase “convida” novamente bolsonaristas e atores da oposição a se engajaram com o tema. A ira de atores ligados ao bolsonarismo e a força deste cluster voltam então a impulsionar o debate sobre a indicação de Flávio Dino dentro da oposição, e com ele os atritos internos dentro do bolsonarismo que buscam culpados pela aprovação de Flávio Dino.
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