Termina um capítulo importante do maior crime político da história contemporânea do Brasil. Os assassinos confessos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram sentenciados nesta quinta-feira, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
As condenações, de 78 anos e 9 meses para o executor dos disparos, o ex-policial militar Ronnie Lessa, e de 59 anos e 9 meses para o também ex-pm Élcio de Queiroz — que dirigia o carro na noite da emboscada-, encerram parte de uma espera de mais de seis anos por justiça, mas mantêm vítimas aqueles que permanecem depois de um crime tão bárbaro como aquele.
A juíza Lucia Glioche disse na leitura da sentença que talvez nem mesmo a condenação responda à pergunta que percorreu o Brasil e o mundo desde o dia 14 de março de 2018: “Quem mandou matar Marielle?”. Mas é uma sentença que se dirige diretamente aos Ronnie(s) e Élcio(s) espalhados pelas ruas do Rio de Janeiro.
“A justiça por vezes é lenta, cega, burra, errada, torta, mas ela chega até para os acusados que acham que jamais serão alcançados pela justiça… E tira deles o bem mais poderoso, a liberdade, e ela chegou hoje.”
Nada disso traz Marielle e Anderson de volta à vida e ao convívio com aqueles que amaram, esse mal nunca será reparado, mas o dia de ontem foi o começo de um prestar de contas da Justiça brasileira com a sociedade, em especial com as famílias deles e com os cariocas que votaram na vereadora. Mas não basta. Está nas mãos do STF o acerto de contas dos mandantes do crime, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e ainda do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa. Eles devem ser julgados até o final de 2024. Quem sabe depois disso, a gente consiga acreditar que a justiça alcança todos, por hora vencemos apenas uma batalha.
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