Por Nicolás Satriano
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, determinou ontem, quinta-feira (28), que a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) devem se manifestar sobre a apreensão de menores no RJ.
No último dia 22, o ministro já havia solicitado esclarecimentos ao presidente do Tribunal de Justiça fluminense (TJRJ), desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, acionado no Supremo pela Defensoria Pública estadual (DPRJ) dois dias antes.
O caso envolve a apreensão de crianças e adolescentes nas praias do Rio durante a Operação Verão, da prefeitura e do governo estadual. A estratégia do poder público consiste em apreender menores – mesmo os que não sejam flagrados cometendo atos infracionais – e levá-los para delegacias, para “averiguação”.
O recolhimento dos menores nessas circunstâncias chegou a ser proibido por decisão da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, mas, a pedido do governo e da prefeitura, o presidente do TJRJ derrubou a ordem alegando ingerência da Justiça na administração pública.
No despacho de ontem, Barroso deu 48 horas para que o MPRJ e a PGR sejam intimados e se manifestem sobre o pedido da DPRJ e sobre as informações apresentadas pelo presidente do TJRJ.
LEIA TAMBÉM: CNJ abre investigação contra juíza que proibiu apreensão de crianças e adolescentes
Relacionados
Populismo contra a Justiça: o caso Trump-Bolsonaro
Quando líderes populistas desafiam freios institucionais em nome da vontade popular, o alvo preferencial é o Judiciário
PF cita ‘riscos concretos’ de vazamento no STJ ao pedir transferência de inquérito para STF
Pedido da PF embasou fase mais recente da Operação Sisamnes, que investiga suspeitas de venda de decisões judiciais no STJ
Decisão do STF sobre PJs prolonga espera de escravizados por indenização
Ministro Gilmar Mendes suspendeu todos os processos sobre 'pejotização' no trabalho