Gabriel Corrêa — Agência Brasil
Todos os nove países da Bacia Amazônica registraram em 2023 os menores volumes de chuva, em mais de 40 anos, para os meses de julho a setembro. De acordo com pesquisa do Centro Científico da União Europeia, o quadro afetou os rios e a biodiversidade.
A falta de chuvas afetou especialmente as cabeceiras dos rios Solimões, Purus, Juruá e Madeira, todos na região centro-sul do Estado do Amazonas. Também foram afetados os países mais ao sul da Floresta Amazônica — Peru e Bolívia.
No Estado do Amazonas, por exemplo, as chuvas variaram de 100 a 350 milímetros abaixo do normal, o que corresponde a cerca da metade do esperado para a região.
O estudo do Centro Científico da União Europeia também confirmou que, de agosto a novembro, uma série de ondas de calor elevou a temperatura para uma marca recorde nessa época do ano. As máximas nesses meses ficaram de 2 graus Celsius (°C) a 5°C acima da média histórica.
Segundo o boletim de estiagem mais recente, divulgado pelo governo do Amazonas, no último sábado (23), todos os 62 municípios do estado continuam em situação de emergência, sendo mais de 630 mil pessoas afetadas pela seca até o momento.
Entre os principais problemas agravados pelo clima deste ano, o centro científico aponta: o perigo à vida dos animais, o aumento do risco de incêndio e os níveis fluviais mais baixos, que desafiam a mobilidade nas comunidades ribeirinhas e o acesso a bens essenciais.
O estudo da União Europeia ainda sugere a necessidade de uma resposta regional abrangente, para além das fronteiras nacionais. As previsões indicam que as condições mais secas e quentes devem prosseguir em 2024, principalmente por causa da continuidade do El Niño, que é o aquecimento das águas do Oceano Pacífico.
A Bacia Amazônica é composta por Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Bolívia e Brasil.
Deixe um comentário